Montalegre incentiva emigrantes a investir na terra
A Câmara de Montalegre está a incentivar os emigrantes a investirem no concelho, em áreas como o alojamento turístico ou a pecuária, para ajudar a emprego e travar o despovoamento deste território.

Nos meses de julho e agosto, a população deste concelho do distrito de Vila Real triplica com a chegada dos emigrantes.
Para aproveitar este regresso à terra, a Câmara de Montalegre promoveu uma reunião para dar a conhecer os canais proporcionados pela autarquia para ajudar a concretizar investimento.
«Até hoje ninguém olhou para os emigrantes como uma oportunidade de transformar o nosso território e eles são, de facto, grandes potenciais porque ainda gostam da terra e têm grande capacidade de investimento», afirmou o vice-presidente do município, David Teixeira.
A autarquia quer ainda definir uma estratégia conjunta para gerar emprego no concelho, aproveitando o conhecimento e a experiência dos emigrantes nos países onde vivem e trabalham.
O município disponibiliza um gabinete técnico para ajudar a «tratar de toda a burocracia» e, por exemplo, na reconstrução de casas velhas para alojamento turístico, concede isenção de taxas e disponibiliza técnicos que ajudam nesse processo de reconstrução.
E quem quiser recuperar habitações inseridas nas áreas de reabilitação urbana (ARU), classificadas recentemente pela autarquia, pode usufruir também de «importantes benefícios».
No setor pecuário, a câmara atribui ainda apoio, como por exemplo à sanidade animal.
A estratégia passa também pela afirmação do «cluster do presunto e do salpicão», já que o fumeiro é uma importante fonte de receita do concelho, e pela criação de um «banco de casas e de terrenos»,que fará a ligação entre quem quer vender e quem quer investir
«Contamos com os nossos emigrantes para desenhar o futuro. É obrigatório fazer algo diferente e com coragem», salientou David Teixeira.
Montalegre continua a ser um concelho de emigração. Muitos dos que partem são agora licenciados e seguem viagem para países como o Luxemburgo, Suíça, Bélgica, Franca e Inglaterra.
O autarca deu como exemplo os oito enfermeiros que partiram recentemente porque não encontraram emprego na região e que eram voluntários na corporação de bombeiros de Montalegre.
David Teixeira disse que é preciso que o concelho «se volte a povoar e se consiga regenerar» para que «mais ninguém precise de sair para ter condições de vida».
Fonte: Lusa