As tendências que vão impactar a Indústria Alimentar em 2020
Em 2019, a indústria viu a conscientização do consumidor impulsionar tendências em relação à saúde e bem-estar, produtos à base de plantas e rótulos limpos. Ao entrarmos em 2020, a regra é continuar esse percurso.
No próximo ano, a saúde do consumidor e do planeta volta novamente a estar em destaque.
Lanches saudáveis para vidas ocupadas
Os consumidores preocupados com a saúde agora procuram agora maneiras convenientes de satisfazer a sua fome de forma saudável, mas com algo que os permita encaixar nos seus estilos devida ocupados.
O mercado de snacks cresceu nos últimos anos. De acordo com Mintel Consumer Snacking UK (2019), 66% dos adultos admitem fazer lanches pelo menos uma vez por dia.O lanche e a maneira como o lanche é visto mudaram significativamente nos últimos anos.
O tipo de lanches que os consumidores procuram atualmente mudou para alternativas mais saudáveis, com benefícios funcionais.Também existiu um aumento notável nas opções de lanches protéicos.
O adeus progressivo ao açúcar
Atualmente, as marcas estão a lutar por diminuir o açúcar presente nos seus mais variados produtos. Em 2019, novos números do órgão de saúde pública da Inglaterra revelaram que, entre 2015 e 2018, houve uma redução de 2,9% no teor de açúcar em alimentos comprados em lojas no país.
Algumas marcas estão a optar por adoçante em vez de açúcar, utilizando, por exemplo, a stevia. Outros estão inclinados a reduzir a quantidade de açúcar que colocam nos seus produtos.
Alternativas à carne
De acordo com um relatório da SPINS, encomendado pelo Good Food Institute e pela Plant-Based Foods Association, somente nos EUA, as vendas de alimentos à base de plantas cresceram 11,3% no ano passado, em comparação com um aumento de 2% nas vendas totais de alimentos.
Não são apenas os consumidores veganos ou vegetarianos que estão interessados nas opções à base de plantas que agora estão disponíveis. Agora, o flexitarismo é abundante e muitos consumidores estão a tomar decisões conscientes para reduzir a quantidade de carne que estão a ingerir, e as misturas de carne oferecem o sabor da carne com os benefícios nutricionais dos alimentos à base de plantas.
Da mesma forma, também está a ocorrer um aumento de 50/50 misturas de produtos lácteos e à base de plantas.
Hidratação dura
Recentemente, a crescente popularidade de produtos com baixo teor alcoólico deve-se, em grande parte, ao aumento do consumidor consciente da saúde. Agora, consumidores procuram maneiras de reduzir o açúcar e as calorias quando bebem, para evitar sentirem-se pior com o desgaste no dia seguinte.
É essencial fornecer aos consumidores bebidas alcóolicas mais leves de consumir, com menos calorias, menos inchaço e açúcar reduzido.
Fim do desperdício alimentar
Globalmente, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos comestíveis são deitados fora a cada ano e isso deve aumentar para 2,2 bilhões até 2025. Portanto, a redução do desperdício de alimentos deve ser uma prioridade para governos e organizações em escala local e regional.
Com 44%, as frutas e legumes são responsáveis por quase metade dos alimentos que desperdiçamos, geralmente devido à seletividade do consumidor em relação à aparência "imperfeita". Em 2020, é provável que vejamos mais alimentos "tristes" ou infelizes a aparecer nos supermercados e utilizados em novos produtos.
Muitos países ao redor do mundo já estabeleceram metas para reduzir o desperdício de alimentos. Por exemplo, a Austrália estabeleceu uma meta para reduzir o desperdício de alimentos em 50% até 2030, enquanto a Escócia pretende reduzir o desperdício de alimentos em um terço até 2025.
E sobre as tendências para o investimento, o que está reservado para 2020?
As novidades são reveladas no novo relatório da AgFunder, uma plataforma de investimento no setor AgriFood, e da Idea 2 Scale, e tem por base inquéritos e entrevistas a 50 investidores no setor agroalimentar mundial.
A Ásia é a região em que os investidores estão mais interessados em relação ao futuro, tendo sido escolhida por 57% dos inquiridos. A Índia foi escolhida por 12% dos investidores como o país que se representa mais promissor para o futuro. Conclui-se ainda que os norte-americanos continuam a investir mais no exterior que os investidores europeus.
58% dos investidores escolheram a biotecnologia como a categoria pela qual estão mais entusiasmados para 2020, um pouco à frente dos alimentos inovadores, que conseguiram 56% da votação.
A biotecnologia agrícola engloba as tecnologias utilizadas na agricultura que envolvem processos químicos ou biológicos, como alterações genéticas de sementes, análise de ADN animal e bio pesticidas.
Os alimentos inovadores surgem em segundo lugar e as imitações de carne à base de plantas são realçadas pelos autores dado o seu interesse crescente na ótica do investimento.
Em terceiro lugar surge os software de gestão, sensores e IoT, que reuniram o consenso de 46% dos investidores. Em quarto surgem as tecnologias intermediárias, que se debruçam sobre a cadeia de distribuição.
De uma perspetiva geral, as plataformas digitais de restauração online, de venda de cabazes de ingredientes e os supermercados digitais vão perder relevância em 2020. Esta categoria foi considerada a mais sobrevalorizada pelos investidores.
FONTE: FoodBev