UE aumenta apoio aos apicultores

A União Europeia (UE) deverá aumentar o apoio aos apicultores, proibir os pesticidas prejudiciais, investir mais no desenvolvimento de medicamentos seguros para as abelhas e suprimir as importações fraudulentas de mel.

mel

Estas são as principais medidas incluídas num projeto de resolução aprovado esta quarta-feira pelo Comité de Agricultura do Parlamento Europeu (PE), cujo texto será submetido a votação no PE, provavelmente durante a sessão de 28 de fevereiro a 1 de março, em Bruxelas.

De forma a contrariar as crescentes ameaças à polinização por abelhas, vital para a segurança alimentar e o equilíbrio ecológico na Europa, os eurodeputados propõem que a UE aumente em 50% o orçamento para programas nacionais de apicultura e introduza um novo esquema de apoio para apicultores na política agrícola da UE após 2020, que compense as suas perdas de produção provocado pela redução de colónias de abelhas.

Depois de assinalar que o número de colónias de abelhas diminuiu em mais de 50% em alguns Estados-membros, os eurodeputados sublinharam que a UE necessita de uma estratégia efetiva, a grande escala e a longo prazo para melhorar a saúde das abelhas, protegê-las e garantir o seu repovoamento.

Para atingir este objetivo, os eurodeputados solicitam um plano de ação a nível da UE para combater a mortalidade das abelhas, programas de criação para produzir abelhas resistentes a espécies invasoras, mais investigação para desenvolver medicamentos apícolas inovadores e com boa disponibilidade, proibir pesticidas com efeitos negativos comprovados cientificamente sobre a saúde das abelhas e medidas para desenvolver alternativas seguras para os agricultores e advertência antecipada dos períodos de fumigação para evitar lesar as abelhas.

De forma a garantir que o mel importado cumpra os padrões elevados da União Europeia, os eurodeputados defendem que a Comissão Europeia deveria desenvolver procedimentos efetivos de análises de laboratório, como as provas de ressonância magnética nuclear.

Para além disso, os Estados-membros deveriam impor penas mais severas aos infratores.

Também propõem a harmonização das inspeções fronteiriças e controlos no mercado único, impondo amostras obrigatórias e provas para todo o mel importado e endurecendo os requisitos de rastreabilidade em toda a cadeia de fornecimento. Por exemplo, introduzindo uma rotulagem obrigatória do país de origem para o mel e os produtos apícolas.

Os Estados-membros da UE também deviam promover a divulgação de informação ao público e, em especial, o infantil, sobre os benefícios do consumo de mel e os usos terapêuticos dos produtos apícolas. Os eurodeputados querem que a Comissão gaste mais orçamento neste tema e que, entre outras coisas, se difunda o consumo local e ecológico do mel.

Os eurodeputados também insistem que o mel e os produtos apícolas deviam ser considerados “sensíveis” nas negociações comerciais com países terceiros e talvez completamente excluídos das negociações de livre comércio.

A UE produz cerca de 250 mil toneladas de mel por ano, o que a coloca na posição de segundo maior produtor do mundo depois da China. Há mais de 600 mil apicultores na UE, mas este número tem vindo a diminuir desde alguns anos.

Os principais produtores de mel da UE em 2016 foram a Roménia, Espanha e a Hungria, seguidos pela Alemanha, Itália e Grécia.

Cerca de 84% das espécies de plantas e 76% da produção de alimentos na Europa dependem da polinização, no entanto, em alguns Estados-membros, o número de colónias de abelhas diminuiu em mais de 50%.

Segundo o Instituto nacional Francês de Investigação Agrícola, se a mortalidade das abelhas não for abordada, poderá custar 150 biliões de euros em todo o mundo.

A UE importa 200 mil toneladas de mel por ano, ou seja, 40% do que consome.

Em 2015, o mel importado foi em média 2/3 vezes mais barato que o mel produzido na UE. As provas realizadas pelo Joint Research Center da Comissão Europeia mostram que 20% das mesmas recolhidas nas fronteiras exteriores à UE ou locais dos importadores não respeitavam as normas comunitárias.

Os maiores exportadores de mel para a UE são a China, Ucrânia, Argentina e o México.

Fonte: Agrodigital 

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