“Silves, Capital da Laranja”

Silves quer assumir-se como “Capital da Laranja”. Como tal, o município algarvio lançou a marca “Silves, Capital da Laranja”, «desenvolvida e registada com o intuito de dar maior notoriedade ao produto laranja, emblemático deste concelho e aos seus produtores, reforçando, no consumidor regional, nacional e internacional, o seu carácter e identidade únicos».

laranja

«Busca-se, ainda, que este produto possa assumir um posicionamento favorável, associando-o ao nome “Silves”, reconhecido como local onde os patrimónios material e imaterial assumem uma relevância e um valor claramente indissociável da excelência e o produto laranja assume características de qualidade únicas e reconhecidas, há longos anos», adianta o município.

A autarquia salienta que sendo Silves «um concelho único e rico em cultura, património e diversidade de ambientes, Silves diferencia-se dos demais municípios graças ao legado deixado pelos povos árabes que passaram pelo seu território».

A autarquia recorda que o concelho de Silves é, há longos anos, visto como local de produção de citrinos e, em particular, de laranjas de grande qualidade, «identificadas em muitos locais como “Laranjas de Silves” e associadas à doçura, quantidade de sumo e delicadeza de aromas excecionais».

«Este reconhecimento induz uma procura acentuada e uma notoriedade e visibilidade do produto que agora é reconhecida pelo município, com a criação e registo de uma marca que procurará promover o património e o território, associando um produto à sua história, qualidades organoléticas e importância no mercado».

Os produtores que poderão usar a marca “Silves, capital da laranja” «são todos aqueles que tiverem produção no concelho de Silves e disso façam prova», acrescenta a autarquia.

«Cultural e tecnologicamente muito avançados, os muçulmanos que governaram Silves até ao século XIII imprimiram, aqui, uma dinâmica única, que posicionava esta cidade, à época, ao nível das mais importantes da Península Ibérica e do Mediterrâneo, como Sevilha. A sua passagem produziu efeitos ao nível da agricultura, tendo introduzido técnicas e espécies ainda hoje utilizadas, como os citrinos», realça o município algarvio.

laranja

A laranja, fruto originário da Ásia, mais precisamente da região situada entre a Índia e o Sudeste asiático, terá visto o seu cultivo iniciar-se há cerca de 7000 anos, presumindo-se que os primeiros pomares de laranjeiras se desenvolveram no primeiro milénio, na China.

Os romanos foram, provavelmente, os primeiros europeus a contactar com este fruto, possivelmente durante o primeiro século, através das trocas comerciais efetuadas com mercadores persas e o reino Aksum (atual Etiópia). Considerada um produto de luxo, a laranja tornou-se popular entre a classe nobre e os militares, sendo as primeiras espécies amargas e cultivadas para serem utilizadas com fins medicinais.

Os primeiros pomares surgem no Ocidente, a partir do séc. I AD e localizam-se no Norte de África (desde a Líbia, até Marrocos) e eram, habitualmente, propriedade de cidadãos romanos.

Com a queda do Império Romano e o surgimento do Califado Islâmico, abandonam-se as rotas comerciais antes usadas. Numerosos pomares do Império, localizados no continente europeu, acabam por cair no abandono.

Os anos dourados do Califado Islâmico do Norte de África e Sul Peninsular, por volta do século XI, viram o regresso da laranja à Europa, já que sementes trazidas da Pérsia permitiram a formação de pomares na Península Ibérica. A laranja denominada Sevilha foi uma nova variedade introduzida na região. Continha mais pectina e apresentava uma casca mais espessa, muito utilizada na produção de licores, compotas e perfumes.

laranjas

A laranja doce, ao contrário da amarga, só é introduzida na Europa no século XVI, por mercadores portugueses, que a trazem da Índia. A sua cultura espalha-se rapidamente, introduzindo-se em pomares por toda a Europa do Sul, desde Portugal até à Geórgia, acabando por serem denominadas “Portuguesas” em vários países, especialmente nos Balcãs.

Na Ásia e Médio Oriente, a laranjeira assumiu o papel de árvore ornamental. Era igualmente uma planta comum nos pátios das casas árabes abastadas, geralmente associada a uma fonte ou a um lago.

Atualmente, a laranja é o segundo fruto mais consumido no mundo, a seguir à maçã.

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