Portugal deverá superar as 120 mil toneladas de azeite este ano

O país deverá superar as 120 mil toneladas e fixar um marco histórico, equiparável ao de 1953, mas não é esperada uma descida acentuada no preço.

azeite

A produção nacional de azeite deverá ultrapassar este ano as 120 mil toneladas e tornar-se numa campanha histórica, muito idêntica à ocorrida há 64 anos, quando se apuraram 121,8 mil toneladas, o maior valor desde que há registos, iniciados na década de 40.

É assim atingida com três anos de antecedência a meta das 120 mil toneladas que a Casa do Azeite tinha estabelecido para 2020.

A partir desse ano, a organização do setor estima que as produções médias nacionais possam chegar às 130/140 mil toneladas por ano.

Não é apenas uma questão de peso. O Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA) considera a campanha que está agora a terminar como “excecional” também pelo rendimento em gordura da azeitona, isto é, com a mesma quantidade de azeitonas obteve-se maior quantidade de azeite do que o normal, especifica a Casa do Azeite.

Como resultado, a produção tem menos acidez e é quase toda classificada como “virgem extra”, completa o SIMA.

Para o recorde de produção terão contribuído as condições climatéricas da primavera, que originaram elevada floração e garantiram o vingamento dos frutos, bem como o tempo seco e quente no final do ciclo, que travou a propagação de doenças.

Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, acrescenta o facto de a produção ser marcada por anos de safra, como foi o de 2017, com anos contrassafra, como a anterior.

O aumento de área de olival foi outro motivo incontornável, em especial no Alentejo, que é, pelo menos, desde 2007, a maior região produtora de azeite do país, muito por força do Alqueva.

Numa década (2006-2016), a produção alentejana triplicou, continuando Trás-os-Montes com a segunda posição. Efeitos no preço? Apesar da excecionalidade, Portugal deverá ser o nono maior produtor mundial de azeite, com 2,7% da produção, segundo o Conselho Oleícola Internacional (COI). Em 2015, por exemplo, estava melhor contado, na oitava posição, embora com igual percentagem no contributo produtivo.

Um dos impactos da boa campanha já se terá traduzido no aumento do rendimento dos produtores, tendo em conta a subida do preço pago pelo azeite virgem extra, no ano passado, num valor médio de 3,81€ por quilo, mais 15% face a 2015, por exemplo.

No mercado, o SIMA observou que, nas transações a granel, no início de março, o azeite virgem extra vendido em garrafões de cinco litros chegou aos 5,10€ por litro, em Trás-os-Montes. Já o azeite biológico do Alentejo estava nos 10€ por litro. Quanto ao impacto no preço ao consumidor final, a Casa do Azeite admite que «poderá haver alguma correção, mas enquanto os stocks mundiais se encontrarem nos níveis baixos atuais, não é expectável uma descida acentuada dos preços».

Fonte: Dinheiro Vivo 

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