Ministério antecipa pagamentos a agricultores afetados pela seca

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A situação de seca que se verifica em Portugal continental não comprometeu a produção agrícola porque ocorreu a partir de maio, mas o Governo vai antecipar pagamentos a agricultores que possam ter sido afetados, disse fonte do Governo, tal como o Agronegócios já tinha dado conta nas últimas semanas (ver mais abaixo).

«Como o início desta situação (agravamento da seca meteorológica) ocorreu numa fase tardia do ano hidrológico, em maio, permitiu que o ano agrícola não ficasse comprometido, tendo os efeitos sido limitados» referiu a Secretaria de Estado da Agricultura.

O organismo do Ministério da Agricultura e do Mar (MAM) acrescentou que, «para ajudar os agricultores que poderão ter sido mais afetados por esta situação, o ministério vai antecipar os pagamentos ligados, oportunos em situação como esta».

E destacou os pagamentos ligados à produção animal, como vacas aleitantes, ovinos e caprinos, assim como ao leite, mas também ao arroz e tomate.

«Estamos a envidar todos os esforços para que, na medida do possível, outros apoios sejam antecipados», avançou ainda a Secretaria de Estado liderada por José Diogo Albuquerque.

No final de julho, quase 80% do território continental estava em situação de seca extrema ou severa, os dois níveis mais graves, enquanto os restantes 21% estavam em seca fraca a moderada, segundo o último boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

«Uma vez que nos encontramos no período estival, o qual corresponde, em Portugal, a meses de muito fraca precipitação, seria sempre expectável que a situação de seca meteorológica manifestada na estação anterior se viesse a manter ou a intensificar», referiu a Secretaria de Estado que acompanha a situação através do grupo de trabalho criado para este efeito, em 2012.

Entre os efeitos da pouca chuva e consequente falta de água nos solos, é apontado o «encurtamento do ciclo vegetativo de pastagens e forragens de sequeiro e alguma redução da sua produção», mas que «praticamente não implicou um recurso excecional a alimentos conservados e rações» utilizados no regime extensivo.

À questão sobre possíveis pedidos de apoio dos agricultores para resolver problemas relacionados com a seca, a Secretaria de Estado respondeu que «tem havido alertas», agora em avaliação, mas «não há justificação para a instituição de apoios específicos».

Os produtores têm assegurado o fornecimento de água para o gado beber, «apresentando apenas limitações em zonas de sequeiro acentuado onde não existem os devidos recursos para fazer face a épocas de menos pluviosidade», adiantou.

A previsão de disponibilidade de água para rega nos perímetros hidroagrícolas para a campanha em curso, segundo o ministério, indica que está assegurada a quantidade necessária.

Por outro lado, a Secretaria de Estado estima um aumento de produtividade na quase totalidade das culturas nesta campanha em comparação com o período de cinco anos precedente, com exceção para casos pontuais, como a pereira, devido à ocorrência de ventos fortes, e a uma ligeira quebra no centeio.

Em 31 de julho passado, 21% do território estava em situação de seca fraca a moderada e 79% em situação de seca severa a extrema.

Neste mês manteve-se a situação de seca meteorológica em todo o território que se verifica desde março.

Fonte: Lusa/Agronegócios 

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