Flor comestível: Calêndula

Por: Orquídea Barbosa, , Licenciada em Engenharia Agronómica Escola Superior Agrária - Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Nome científico: Calendula officinalis
Família: Asteracea
Origem geográfica: Sul da Europa e Bacia do Mediterrâneo
Nomes populares: Calêndula, Maravilhas, Boas-noites, Belas-noites

A Flor

As flores da Calendula officinalis são inflorescências, designadas por capítulos, que podem ser simples ou dobrados, formadas por inúmeras flores liguladas e tubulosas. Os capítulos podem ter entre 3 e 5 cm de largura que se inserem na planta ao nível das extremidades superiores dos caules. Normalmente, as flores são cor de laranja ou amarelas de várias tonalidades.

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As calêndulas são plantas de dias longos (PDL), necessitam de 6,5 horas de luz por dia para que ocorra a floração, embora a partir de 5,5 horas de fotoperíodo, ocorra a indução floral. A luz é essencial para incrementar a cor das flores, o tamanho e o vigor das hastes. Contudo, as calêndulas também estão adaptadas a condições de dias curtos e preferem ser plantadas de setembro a abril, embora o seu desenvolvimento não seja favorecido em condições de baixa luminosidade de dezembro e janeiro.

As calêndulas requerem solos bem drenados e toleram solos pobres e geadas leves, embora as flores morram com as baixas temperaturas.

Quando se pretende colher flores de corte ou flores para consumo, é necessário um sistema de tutoramento para afastar as flores do solo, caso contrário não é importante ou essencial.

A Planta

A Calendula officinalis é uma planta anual, muito rústica, de climas frescos a temperados. São plantas herbáceas de crescimento rápido, que podem crescer entre 25 a 71 cm de altura. Os caules são semieretos e pilosos e as folhas são alabardinas alongadas e cesseis, cobertas por uma densa pilosidade.

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As calêndulas propagam-se por meio de sementes que germinam ao fim de 10 a14 dias, a 21 ºC. A sementeira das calêndulas deve ser efetuada em substratos húmidos e bem drenados, com cobertura das sementes. Para a calêndula, a temperatura ótima de crescimento é de 10 ºC, mas para a floração requer temperaturas mais elevadas, até 21 ºC.

As principais pragas que podem prejudicar o desenvolvimento das calêndulas são os Aphideos, as lagartas desfolhadoras, a mosca branca e as cochonilhas e no que diz respeito às doenças são: Pythium, Rhizoctonia solani, Erysiphe cichoracearum, Botryis cinerera, Sclerotium rolfsii e Sclerotinia sclerotiorum.

Usos e preparação  

As flores de calêndula têm um sabor ligeiramente amargo a doce, uma cor muito viva e um aroma leve. Podem ser utilizadas de diversas formas, em chás ou infusões, integradas no pão, manteigas, saladas, sopas, entre outras formas. Estas flores, quando cozinhadas, normalmente, conservam a sua cor.

A preparação para consumo destas inflorescências confina-se a uma leve passagem da flor por água, a fim de remover algumas poeiras e de verificar a existência de eventuais insetos. É importante destacar as pétalas do capítulo para consumo, uma vez que o recetáculo, as sépalas e o centro da flor não têm interesse gastronómico.

Conservação

A conservação em fresco das calêndulas deve ser feita em câmara de frio, a uma temperatura entre os 4 e os 5 ºC. Estas flores têm um período de vida pós-colheita de 3 a 6 dias. No entanto, também se podem secar as pétalas e guardar para utilizações futuras.

Propriedades

Os capítulos florais da Calendula officinalis são ricos em flavonoides e betacarotenos. Estas flores têm sido amplamente utilizadas em tratamentos de pele, em pequenas feridas, infeções, queimaduras, picadas de abelhas, queimaduras solares, verrugas e cancros. O seu uso interno, quando ingerida, por exemplo, através de um chá, tem dado bons resultados no tratamento de doenças de fígado e vesícula, úlceras gástricas e hemorróidas, assim como dores de cabeça, tonturas e nervosismo.

As flores de C. officinalis possuem ainda uma significativa atividade antioxidante e têm sido utilizadas no tratamento de inflamações. Os flavonoides, encontrados em grandes quantidades em C. officinalis, são responsáveis pelas propriedades de atividade anti-inflamatória. Um estudo realizado em mulheres que estiveram sujeitas a quimioterapia para o cancro da mama, com aplicação de pomada sobre a pele, feita a partir de calêndulas, durante o tratamento, revelou que houve uma redução do número de dermatite grave (irritação da pele, vermelhidão e dor).

Bibliografia

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  5. LARGATO, A.; BUENO, V.; GERRA, I.; VALDÉS, O.; VEGA, Y.; TORRES, L., 2010. Acute and subchronic oral toxicities of Calêndula officinalis extract in Wistar rats. Experimental and Toxicologic Pathology.
  6. Pardo N., Granados F. e Rodrigues M. J. 2008.  Plantas medicinais Guia claro e simples para a sua identificação, Rio de Mouro, Portugal.

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