Lousamel investe no melhoramento genético da abelha ibérica

A Cooperativa Lousamel está a desenvolver um projeto para melhoramento genético da abelha ibérica, que passa pela obtenção de rainhas selecionadas com o objetivo de aumentar a produção de mel, anunciou uma responsável da empresa.

mel

Coordenado pelo investigador brasileiro André Halak, o projeto visa «ajudar os apicultores a produzir abelhas com mais qualidade», o que deverá contribuir para um aumento da produção de mel, disse Ana Paula Sançana, diretora executiva da Lousamel, com sede na Lousã, no distrito de Coimbra.

«Não estamos a tirar partido da nossa raça autóctone», adiantou, realçando que a “apis mellifera iberica”, que existe apenas na Península Ibérica, «é uma abelha rústica que, apesar de ser mais nervosa» do que as restantes parentes europeias, «está bem adaptada» ao clima de Portugal.

No âmbito de uma parceria com a Escola Universitária Vasco da Gama, de Coimbra, os trabalhos de campo e de laboratório, iniciados em Setembro de 2015, irão prolongar-se por dois anos, desenvolvidos pelo engenheiro agrónomo André Halak, doutorado na área do aperfeiçoamento genético de abelhas.

A Câmara da Lousã anunciou, em comunicado, que apoia a criação e o funcionamento do Centro de Melhoramento Genético da Abelha Ibérica com 12.500 euros, ao abrigo de um protocolo com a Cooperativa Lousamel, a que preside o apicultor António Carvalho.

«O trabalho para o melhoramento genético da abelha é de extrema importância para a proteção desta espécie», afirma o presidente da autarquia, Luís Antunes, citado na nota.

Luís Antunes salienta que se trata de «um incentivo para a preservação de um dos produtos endógenos mais reconhecidos do concelho», o mel com denominação de origem protegida (DOP) Serra da Lousã.

Segundo Ana Paula Sançana, a investigação visa obter animais mais fortes e preservar a “apis mellifera iberica” da poluição genética resultante do cruzamento com abelhas importadas, melhorando ao mesmo tempo as práticas de maneio dos enxames.

«Tem havido um mau aproveitamento da nossa genética», verificando-se «índices elevados de consanguinidade», alertou.

A futura certificação da abelha ibérica e a diversificação dos negócios da Lousamel são outros dos objetivos do projeto.

Fonte: Lusa

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