Parceria ibérica dinamiza evento por onde passam as tecnologias e estratégias de reforço da eficiência energética nacional

Os desafios e as oportunidades que se colocam a Portugal e a Espanha rumo a uma transição energética mais eficiente, tanto no patamar doméstico como industrial, contam há um ano com um evento anual que funciona como um espelho das soluções disponíveis e dos negócios que atravessam o mercado ibérico. O ENERH2O – Energy and Water Innovation & Technology tem regresso agendado para a EXPONOR – Feira Internacional do Porto de 25 a 26 de setembro, num palco onde as tecnologias de aproveitamento dos recursos hídricos também marcam presença.

O certame é resultado de uma parceria organizativa luso-espanhola, entre a nortenha OnEvents e a catalã Profei – Promoción de Ferias Internacionales.

“O ENERH2O é um evento especializado único no país e veio preencher uma lacuna no domínio das feiras profissionais. Faculta uma abordagem sistematizada e transversal daqueles que são os desafios da transição energética e, evidenciou já a 1.ª edição, permite um networking profícuo”, sublinha Filipe Gomes, diretor da OnEvents.

Para o diretor-geral da Profei, Juli Simon Millet, trata-se de um certame que, além de ser ponto de encontro dos profissionais do setor, “acrescenta valor, fruto do seu posicionamento e das sinergias que potencia” para o tecido empresarial, também graças ao facto de aglutinar os segmentos mais relevantes das energias renováveis e dos recursos hídricos, num mesmo momento.

“Os recursos hídricos portugueses e espanhóis estão umbilicalmente ligados, resultantes dessa unidade geográfica que é a Península Ibérica. E são similares as grandes questões que atravessam ambos os territórios ao nível da transição energética, rumo a um novo paradigma ambiental e económico no domínio. Mesmo quando se utiliza o compasso das alterações climáticas”, complementa Juli Simon Millet.

No terreno, a 2.ª edição do ENERH2O trabalha já para cumprir um dos desígnios definidos no arranque, isto é, ganhar escala. Isto por forma a ver gradualmente refletida no certame a dimensão do mercado peninsular, no que ele tem de mais emblemático na atualidade.

Sintomaticamente, e mediante aquela que tem sido a resposta dos operadores económicos, a mostra estima crescer já este mais de 70% no número de expositores presentes, transitando para um pavilhão maior da EXPONOR. Isto graças às 90 empresas que são esperadas pela Organização, sobretudo representativas do segmento das energias renováveis (mais de metade do espaço expositivo), seguido das tecnologias e soluções direcionadas para a gestão e utilização da água.

A meta é reconhecidamente “ambiciosa”, segundo a OnEvents e a Profei. E encontra reflexo noutros objetivos. Um deles é a componente internacional do evento, que, aventa-se, receberá comitivas empresariais de 10 países.

Altamente especializada, a ENERH2O – Energy and Water Innovation & Technology conta receber a visita de cerca de 2.500 profissionais do setor, um quarto dos quais estrangeiros.

Conferências debatem atualidade do setor, organização espera mais visitantes

“Água não é apenas água. Água é tudo. Tendemos a esquecer amiúde tamanho facto biológico, que água é vida. E a lembrarmo-nos do seu valor vital sobretudo quando começa a rarear nos canos e a escassez a pesar no bolso. Daí a importância de um evento que também põe essa fórmula mágica – H2O, e tudo o que dela energeticamente depende – na torneira do debate. Com desafios setoriais e oportunidades de negócios à mistura. Mas, daqueles que transversalmente refletem as questões mais prementes da transição energética, pelo filtro da sustentabilidade. Ambiental e económica”, pondera Filipe Gomes.

Tratam-se, afinal de contas, de temas que estão na ordem do dia, num momento em que o País ainda não havia saído do inverno e tinha já 38% do território em seca meteorológica. Com afetação dos preços não só dos produtos que a terra dá, mas dos setores que dela dependem, como o comércio e o turismo. Coisa pouca, perante prospetivas científicas que alertam para a probabilidade de, nas próximas três décadas, Portugal poder vir a perder até 40% da disponibilidade física das massas de água nacionais. O que poderá afetar todo o “mindset” empresarial do setor que pensa e operacionaliza os fluxos do dispositivo energético nacional.

Daí também a importância que assume a componente de conferências do ENERH2O, que recebe especialistas de diversos vetores e sensibilidades. Em 2023, as salas onde decorreram as palestras e debates registaram ocupação plena (num total de 35 iniciativas, com diferentes temas). E prevê-se um reforço de tal cenário em setembro próximo.

De resto, o evento antevê adicionalmente uma subida de 35% no número de visitantes.

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