Em Arraiolos aposta-se na produção e transformação de figo-da-índia

Uma empresária do Alentejo está a apostar na produção e transformação de figo-da-índia, que vende como fruta fresca ou em polpa e das suas sementes produz óleo para fins cosméticos.

Teresa Laranjeiro possui uma quinta, com seis hectares de figueiras da índia, e uma unidade fabril, onde transforma o fruto, situadas em Vimieiro, no concelho de Arraiolos, distrito de Évora.

O projeto nasceu há cerca de quatro anos para dar «rentabilidade à quinta que estava parada» e a escolha do figo da índia aconteceu «quase por acaso», conta a empresária e agricultora.

«Fiquei curiosa e fui investigar e quanto mais investigava mais fascinada ficava com a figueira-da-índia», lembra, considerando que se trata de «uma planta que tem muitas aplicações e tanto potencial».

Na quinta de Teresa, que antes trabalhou como consultora informática, algumas plantas já começaram a florescer, mas os frutos só vão amadurecer no final de agosto, ocorrendo, nessa altura, a colheita.

A agricultora e empresária prevê produzir este ano cerca de uma tonelada de figos da índia, uma parte para vender como fruta fresca e a restante entra na sua fábrica para transformar o fruto em polpa e as sementes em óleo.

«O óleo é muito hidratante e antioxidante», refere Teresa Laranjeiro, indicando que já lançou um óleo de sementes de figo-da-índia, que pode ser comprado em feiras ou em lojas de produtos naturais.

A polpa «é congelada e vendida para a indústria alimentar» para confeção de gelados, bolos ou iogurtes, acrescenta.

Segundo a empresária, a fruta fresca é vendida através de uma cooperativa de produtores de figos da índia, a Exotic Fruits, criada no ano passado e que já conta com 74 sócios, a maioria com plantações a sul do rio Tejo.

«Este ano, a cooperativa está a abrir canais de escoamento [da fruta fresca] no estrangeiro», estando «a negociar a sua comercialização com um cliente em França e com uma das cadeias de hipermercados» em Portugal, realça.

Teresa Laranjeiro reconhece que a presença de figo da índia nas «prateleiras» dos supermercados portugueses ainda é escassa, mas frisa que «as plantações estão agora a começar a produzir».

«No ano passado, a cooperativa, com 60 produtores, recolheu uma tonelada de figos da índia, mas este ano esperamos já trabalhar com 10 toneladas de fruta fresca», antecipa.

A empresária investiu mais de 250 mil euros, com o apoio do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) na plantação e na construção da fábrica, criando três postos de trabalho na quinta e cinco, três dos quais sazonais, na unidade fabril.

Para além de figos-da-índia, produz também ervas aromáticas, como salvia, menta e erva-cidreira.

Fonte: Lusa 

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A figueira-da-índia

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