Comissão Europeia quer uma política verde com menos 50% dos fertilizantes e mais agricultura biológica
Durante esta semana, a Comissão Europeia (CE) vai apresentar a sua estratégia "Do Prado ao Prato", que inicia o debate sobre a oportunidade de alterar o modo de produção dos alimentos e elevar as questões ambientais no final da pandemia. Contudo, esta política verde desperta apreensões e críticas por parte de vários agricultores, que percebem muitas acusações e pouco apoio quando se trata de combater as mudanças climáticas.
A propagação da Covid-19 atrasou essa estratégia tão esperada, que apresenta modificações na cadeia de produção agroalimentar e desafios muito específicos, como a limitação de pesticidas, fertilizantes e antibióticos.
A estratégia "Do Prado ao Prato" faz parte do Pacto Verde Europeu, a pedra angular da equipe da CE, liderada por Ursula von der Leyen, e cuja ambição é alcançar uma economia neutra em CO2 até 2050. Contudo, as organizações que representam os agricultores questionaram se é a hora certa e, acima de tudo, se esse aumento da procura não irá colocar em risco o abastecimento de alimentos a cidadãos europeus durante esta crise.
Esta não é uma proposta legislativa, mas uma comunicação com ideias para abrir a discussão sobre uma transição para uma produção “sustentável”. De acordo com o vice-presidente da Comissão Europeia que a coordena, Frans Timmermans, Bruxelas insiste que não há tempo a perder com o clima e vê a crise como uma oportunidade para a sua política verde, isto com o propósito de fazer o setor agrícola e os cidadãos repensarem se não é aconselhável pagar por alimentos mais benéficos para a sua saúde.
Segundo fontes do setor, os rascunhos incluem números como reduções no uso de pesticidas em 50% ou até 2030, além de um aumento na proporção da agricultura biológica. Outro objetivo é reduzir o desperdício de alimentos, como declarado esta semana pela Comissária Europeia para a Saúde e Segurança Alimentar, Stella Kyriakides, antes de uma reunião do Comitê de Agricultura do Parlamento Europeu, no qual muitos eurodeputados ecoaram as dúvidas sobre o "realismo" destes planos. A comissária negou um confronto entre sustentabilidade e o abastecimento de alimentos e insiste que o objetivo da sua política verde é ajudar e não penalizar.
A estratégia é apresentada esta quarta-feira, dia 20 de maio.
FONTE: Agroinformación
