Borrego alentejano é cada vez mais procurado no Norte de África

O borrego produzido no Alentejo está a vender-se bem nos mercados português e espanhol nesta quadra da Páscoa, quando «reina à mesa», e é cada vez mais procurado por países do Norte de África, segundo representantes de produtores.

A venda de borregos «está a correr bem, porque, por um lado, há cada vez menos oferta e, por outro, a procura aumenta na Páscoa, tanto no mercado português como no espanhol», refere o presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo, Francisco Palma, que tem 300 associados, dos quais cerca de 30 produzem ovinos.

«Há também uma procura cada vez mais crescente por parte do mercado do Norte de África, nomeadamente de países como Marrocos, Argélia e Tunísia, onde se consome muito borrego», indicou.

No entanto, frisou, «há sempre o problema da importação, nomeadamente de borrego ultracongelado da Nova Zelândia, uma realidade do mercado global», o que faz com que os produtores portugueses não possam aumentar muito os preços por quilo na Páscoa.

«Um borrego nacional custa cerca de seis euros o quilo, um importado custa 3,50 a 4 euros», precisou, defendendo que «deve haver uma diferenciação por parte do consumidor, porque a qualidade do borrego português tem características diferentes do importado ultracongelado».

Para Duarte Vasconcelos, da Carnalentejana, agrupamento de produtores que comercializa cerca de dois mil exemplares nesta quadra, a venda de borregos está a ser «praticamente igual» à Páscoa de 2014, mas enfrenta a concorrência de animais importados e vendidos em Portugal a preços «mais baixos».

borrego

Na Páscoa, devido à tradição de se comer borrego, «há mais procura e o preço aumenta sempre», frisou, referindo que «seria bom que aumentasse mais, mas não aumenta assim tanto porque continua a haver muito borrego estrangeiro a entrar» em Portugal.

«Lá fora consegue-se comprar borregos mais baratos para serem vendidos em Portugal», mas, apesar disso, a Páscoa, tal como o Natal, «continua a ser uma boa altura para os produtores nacionais venderem, porque a procura é muito maior e o preço também aumenta sempre», frisou o responsável da Carnalentejana, que reúne 170 produtores de bovinos do Alentejo, 10% dos quais também produzem ovinos.

O preço do borrego português «depende muito» dos borregos que vêm do estrangeiro e são comercializados em Portugal «mais baratos», o que «obriga» os produtores portugueses «a baixarem um pouco o preço», explicou.

Este ano, a carcaça de borrego português custa «cerca de seis euros» por quilo, uma «ligeira subida» em relação aos preços do Natal e da Páscoa do ano passado, disse Duarte Vasconcelos.

Na empresa Pasto Alentejano, situada em Sousel, no distrito de Portalegre, as vendas costumam subir «2.000 por cento» na quadra pascal, mas, ainda assim, os números deste ano são «iguais aos do ano passado» e normais para a época, disse o administrador, José Serralheiro.

A Pasto Alentejano é um dos principais fornecedores nacionais de carne de borrego e vende cerca de 100 mil animais por ano, 25 mil dos quais nas duas semanas que antecedem a Páscoa.

«Este ano, o preço está mais alto» na ordem dos seis euros por quilo, o que «é bom para os produtores» para compensarem os custos de produção, mas também para incentivar os criadores a aumentarem o efetivo de animais, referiu.

Cerca de metade da faturação da Pasto Alentejano provém da exportação, sobretudo para a região de Marselha (França), mas também para o Norte de África, e a outra metade das grandes superfícies nacionais, com o comércio tradicional a ter «cada vez menos» peso.

O Agrupamento de Produtores do Alentejo Elipec, com 30 produtores e que forneceu cerca de 4.000 borregos nesta Páscoa para grandes superfícies comerciais, está a vender «ligeiramente» menos do que em 2014, mas a procura e a oferta estão «equilibradas», indicou o colaborador António Rodrigues. 

Fonte: Lusa

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