A pequena e média agricultura familiar em análise

A sexta conferência de Engenharia Agronómica, Alimentar e Zootécnica, o Colégio de Engenharia Agronómica – Norte, recebeu Agostinho Carvalho, que abordou o desenvolvimento da pequena e média agricultura familiar. 

Agricultura familiar OERN

Que medidas poderão ser tomadas, no imediato e a prazo, para salvaguardar a pequena e média agricultura, a agricultura familiar, e com ela o mundo rural, a produção local, a segurança e a soberania alimentares? A pequena e média agricultura é essencialmente uma questão política e ideológica? Estas foram as questões principais durante o certame. 

O Colégio de Engenharia Agronómica da Ordem dos Engenheiros da Região Norte (OERN) organiza durante o mês de julho um ciclo de conferências totalmente dedicado à Engenharia Agronómica, Alimentar e Zootécnica. Estas conferências incidem sobretudo sobre o papel da agricultura e pecuária no contexto actual do país e da União Europeia e também sobre as cadeias de abastecimento.

Durante o debate inicial, Divanildo Outor Monteiro, da Ordem dos Engenheiros da Região Norte (OERN), destacou que «o que mais custa é que, a par da agricultura familiar, nós tenhamos condições de vida menos dignas», realçando o seu exemplo pessoal e acreditando que a agricultura familia deve revelar-se sustentável para as condições de vida dos agricultores.

Em seguida, foi comparada a situação de Portugal com Espanha, que tem muitas regiões que sobrevivem tendo por base a agricultura familiar, algo que se revela complicado em território nacional. Foi também comentada o golpe contínuo na indústria leiteira ao longo dos últimos anos. 

Durante a sua intervenção, Agostinho Carvalho afirmou que «as grandes explorações, que praticam sistemas intensivos, embora tenham pouco peso, quer em número, quer em área, geram 48% do valor da produção total». Perante isto, o professor defende que «o peso económico das grandes explorações é o resultado da implementação de um modelo de desenvolvimento agrícola dominante desde a nossa integração da União Europeia, que tem como referencial a grande exploração» e que resulta em maiores apoios monetários. 

Sobre a pequena e a média agricultura portuguesa, o professor destacou que as explorações «apresentam deficiências graves, fraca adesão, pouco progresso técnico e não são viáveis do ponto de vista económico». Agostinho Carvalho acrescentou os problemas de produtividade da agricultura familiar, mas realçou que o modelo focado nas grandes explorações também apresenta problemas e «está longe do sucesso que tem vindo a ser apresentado».

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