Vinho português é o quarto mais caro do mundo

Portugal tem vindo a bater recordes sucessivos nas exportações de vinhos, desde que, em 2012, ultrapassou a mítica barreira dos 700 milhões de euros.

No ano seguinte foram praticamente 720 milhões e em 2014 atingimos quase os 730 milhões de euros.

Mais importante, este crescimento dá-se, em simultâneo, com a redução das exportações em volume. O que significa que estamos a saber valorizar melhor os nossos vinhos. Basta ter em conta que, em 2014, Portugal foi o 9.º maior exportador mundial de vinho, mas teve o quarto maior preço médio de exportação, com 2,55 euros por litro.

Melhor, só a França, a Nova Zelândia e os EUA. A Itália, apesar de ser o segundo maior exportador de vinho, é o quinto no que ao preço médio diz respeito, com apenas 2,50 euros por litro.

E mesmo analisando os preços médios só do vinho engarrafado, a posição portuguesa continua a ser simpática. Passamos para 5.º no ranking mundial, sendo os terceiros na Europa, com 3,01 euros, só ultrapassados pela Itália (3,15 euros) e pela França (4,66 euros).

Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal (entidade responsável pela promoção internacional dos vinhos portugueses), acredita que Portugal tem já «uma posição interessante» no que ao preço médio de exportação diz respeito, mas lembra que não é esse o fator determinante, mas sim o rendimento por hectare.

«Há outros países que podem estar a vender os seus vinhos a preços mais baixos, mas a retirar melhor margem do negócio», diz. Portugal tem um rendimento por hectare inferior a 30 litros, quando a média europeia está perto dos 40.

Uma questão que se prende com pormenores tão diversos como a grande fragmentação das propriedades em Portugal, com a orografia ou com a idade dos solos.

Frederico Falcão, presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), reconhece que a rentabilidade por hectare é uma questão que tem de ser melhorada, mas lembra que esse é um esforço que tem vindo a ser feito, designadamente por via da reconversão de vinhas com a ajuda de fundos europeus. «O negócio tem que ser mais mais rentável e sustentável para o setor, designadamente por via da melhoria das técnicas de manejo da vinha, mas também usando os solos mais produtivos, que permitem elevar substancialmente a produtividade, sem que se ponha em causa a qualidade», defende.

Sobre as importações e exportações de vinho a granel, Frederico Falcão recorda que Portugal não produz o suficiente para cobrir o consumo do país e as exportações. Por isso, importa. E essas operações, mesmo sendo de vinho a granel, não são de todo ilegais, «grande parte do vinho a granel que importamos é para reexportar. Mas muito é, também, consumido no mercado nacional. São as garrafas que aparecem com o rótulo a indicar mistura UE, que é uma forma de comunicar ao consumidor que se trata de um vinho que não foi produzido em Portugal», sublinha.

Embora estejamos, ainda, a meio do ano, tudo indica que 2015 possa vir a representar novo recorde de exportações. Nos primeiros cinco meses, as vendas ao exterior cresceram 3,9% em valor.

Fonte: Dinheiro Vivo 

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