Flores comestíveis: rosas

Flores comestíveis: rosas

Por: Orquídea Barbosa, , Licenciada em Engenharia Agronómica Escola Superior Agrária - Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Nome científico: Rosa spp
Família: Rosaseae
Origem geográfica: Ásia
Nome popular: Rosa

As rosas são talvez as flores mais populares da atualidade. Esta flor já era usada pelos povos assírios, babilónios, egípcios e gregos, como, elemento decorativo e para cuidar do corpo em banhos de imersão.

As flores das roseiras têm inúmeras utilidades e a comercialização desta espécie é relevante no setor das plantas ornamentais e na indústria de cosméticos e fitoterapêuticos. No ano passado, a Sociedade Internacional das Ervas, International Herb Association (IHA), elegeu a rosa como Erva do Ano 2012. A eleição é feita todos os anos tendo por base pelo menos duas das três categorias: culinária, medicinal ou ornamental, porém, a rosa encaixa perfeitamente nas três. A flor de roseira, para além da sua vertente mais popular, a decorativa, também possui propriedades que permitem a sua utilização na cosmética, em terapêuticas, na medicina e, ainda, na culinária, pois é uma flor comestível.

A rosa é tradicionalmente muito utilizada, como flor comestível, em países como Índia, Paquistão, Afeganistão, Turquia e demais países vizinhos.

A escolha da flor de rosa para consumo

Todas as flores de roseiras podem ser consumidas, desde que se tenha sempre em atenção a segurança alimentar das mesmas. As rosas produzidas para ornamentação não podem ser utilizadas na alimentação humana, porque as normas de produção destas não são as mesmas da produção destinada à cadeia alimentar. No entanto, apesar de todas as rosas serem comestíveis, nem todas têm interesse gastronómico.

As flores mais aconselhadas para consumo, como comestível, são aquelas que exalam mais odor, quanto melhor o cheiro, melhor será o seu sabor. Aconselha-se, assim, escolher as rosas pelo cheiro, às quais estão relacionadas as variedades mais antigas ou selvagens como a Rosa rugosa, Rosa damascena, Rosa galica, Rosa canina, Rosa alba e Rosa centifolia.

A flor

As rosas são flores que florescem normalmente na primavera/verão. Existem muitas variedades de rosas e estas podem ser simples ou dobradas. As variedades mais antigas são as mais simples e apresentam cinco pétalas, como é o caso da Rosa canina; já as variedades mais evoluídas têm as suas corolas dobradas e podem apresentar um número de pétalas muito variável. As rosas dispõem-se, normalmente, de forma solitária ou agrupadas em cachos nas extremidades das hastes das roseiras. São compostas por uma corola de várias cores e padrões, dependendo da variedade, muitos estames e um ovário inferior que se insere no recetáculo, e todas têm sempre cinco sépalas. Após a floração geram-se os frutos de tom avermelhado e tamanhos variados e, normalmente, quanto menor o ciclo de floração da roseira maior é o fruto, este designa de baga e no entanto também é comestível.

A planta

A roseira é uma planta arbustiva, caducifólia, de crescimento rápido. Tem caules lenhosos, com acúleos/espinhos, e as folhas são simples, pinuladas ímpar, partidas em cinco ou sete folíolos ovulados de margens denteadas.

A roseira pode apresentar-se em diversos portes, trepadeiras ou não, de tamanhos variável, podendo crescer até 3m num só ano, ou, ainda, serem rastejantes ou anãs.

As roseiras adaptam-se a quase todos os tipos de solo, mas preferem solos franco-argilosos e ricos em matéria orgânica. Porém, preferem locais com boa exposição solar e protegidos dos ventos.

As pragas e doenças mais comuns das roseiras são os afídios, os aranhiços vermelhos, o míldio, o oídio e a ferrugem.

Preparação

As rosas não necessitam de muitos cuidados na sua preparação para consumo, apenas se deve ter em atenção a existência de insetos, passar a flor levemente por água ou limpar com pincel suave de modo a retirar poeiras. Destacam-se as pétalas e retira-se a parte branca da base das pétalas, uma vez que  é amarga, principalmente quando se pretende consumir diretamente a pétala. Caso contrário, não se torna declaradamente necessário.

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Utilização

As pétalas de rosa têm inúmeras utilidades culinárias, podem ser consumidas em cru, temperadas ou não, e cozinhadas, podendo ser parte integrante de entradas, pratos principais e sobremesas.

Harmonizam bem em saladas, entradas diversas, no pão, bolos, biscoitos e doces. Na cozinha árabe, a essência de rosas é tradicionalmente utilizada em cremes, mousses e sumos de frutas, principalmente em limonadas e sumos de laranja uma vez que confere um sabor exótico. Normalmente, a essência é feita através de uma infusão para concentrar o sabor a rosas.

Quando se pretende preparar um prato quente com rosas, apenas se adicionam às receitas depois do preparo já ter ido ao lume, pois as altas temperaturas comprometem as características naturais. O utilizador deve, ainda, saber escolher a flor em função do prato que pretende preparar. Há espécies com um sabor mais acre, mais adocicado ou mais amargo. Tal como qualquer outro ingrediente, as flores comestíveis têm que ser utilizadas com sensatez.

As rosas podem também ser utilizadas para aromatizar vinagres, azeites, óleos, licores, escurecer vinhos, geleias, fazer chá e ser cristalizadas.

Colheita e conservação

A melhor altura para colher as rosas é pela manhã, após o levantar do nevoeiro e antes de chegar o calor do dia. Devem colher-se as flores abertas e não danificadas e, após a colheita, devem colocar-se num recipiente onde se molhem apenas as bases das hastes e não a flor em si; também se pode colher as flores sem haste e colocá-las sobre um pano húmido. A conservação das rosas em fresco pode ser feita sobre refrigeração, entre 10 a 12º, até uma semana. Outras formas de conservação podem passar pela secagem, cristalização ou transformação, como no caso da geleia de rosas e licores.

Propriedades

As rosas possuem algumas vitaminas e minerais e têm baixo teor calórico, cerca de 40 calorias por 100 g. São ricas em vitaminas C, B, E, K e taninos, podendo ser empregues em tratamentos renais, diarreias, infecções intestinais, inflamações dos olhos, inflamações bucais e úlceras.

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Bibliografia

1- http://www.floresjardim.com/as-rosas.htm
2- http://www.iherb.org/articles/roses_in_the_kitchen.htm
3- http://www.edibleaustin.com/content/editorial/editorial/848?task=view
4 - http://www.gardenorganic.org.uk/factsheets/gg45.php
5-  Mattok, M. (1980). Guia Prático das Rosas. Editorial Presença.
6 - Ousdhorm, W. (1998). Guia Prático de Jardinagem. Editorial Presença.
7- http://sabores.sapo.pt/gourmet-artigo/artigo/flores-comestiveis-1
8-  http://whatscookingamerica.net/EdibleFlowers/EdibleFlowersMain.htm
9 - Bremnes, L. (1990). Plantas Aromáticas. Civilização.

 

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