Produtores dizem que culturas estão atrasadas e temem impacto no setor

Produtores agrícolas do Ribatejo receiam que a forte pluviosidade, que está a atrasar as culturas de primavera, vá ter um impacto significativo no setor, afirma Gonçalo Escudeiro, dirigente da Torriba, Organização de Produtores de Hortofrutícolas.

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«A instalação de culturas primavera-verão está atrasadíssima», disse, referindo os casos do arroz, do milho, do tomate, este com 50% da plantação feita, quando já deveria ir nos 70%. Uma situação agravada pela necessidade de retirar água dos campos, nas zonas já semeadas.

«É uma situação muito difícil», porque se associa uma «situação pavorosa do ponto de vista meteorológico - só sábado choveram 70 milímetros por hora, o que não é normal - aos mercados agrícolas, que já estão maus», refere, adiantando que este é «um dos piores anos de sempre» para a cultura do arroz.

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, realça estar a acompanhar a situação, adiantando que foi já incorporada no Programa de Desenvolvimento Rural uma medida sobre seguros agrícolas.

«Há um conjunto de medidas que são cofinanciadas por dinheiros nacionais e comunitários que visam precisamente comparticipar no custo do prémio dos seguros, que pode variar entre 40, 50, 60 e até 80% do custo do prémio, para permitir que situações ditadas pelas aleatoriedades climatéricas possam ter uma compensação, se for o caso», declarou o ministro.

Capoulas Santos afirmou que este está a ser um ano «muito bom para as pastagens e a atividade pecuária», esperando que ainda venha a ser possível conciliar com «um bom ano para outras culturas».

«A agricultura é aquela atividade em que o ditado popular refere que sol na eira e chuva no nabal nunca é possível. O que está a ser muito bom para as pastagens e a atividade pecuária - estas chuvas de primavera têm feito deste ano um ano de abundância de pastagens como não há memória - tem depois este inconveniente que é o atraso nas culturas de primavera», vincou.

Para o ministro, «a atividade agrícola está sujeita a estas aleatoriedades climatéricas e é com elas que temos que conviver».

Fonte: Lusa

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