Produção de sémen de suínos no Alentejo é «negócio de escala»

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O CIALA - Centro de Inseminação Artificial do Litoral Alentejano, criado em 1997, tem vindo a crescer o número de varrascos. No âmbito do novo quadro comunitário a AIM-CIALA pretende continuar o crescimento, aumentando a capacidade das instalações em Santiago do Cacém, Alentejo, para mais 50 varrascos, como conta o administrador José Daniel Alves. Produzem sémen de suínos «com excelência» e distribuem por todo o país. Um negócio qualificado, de baixo custo unitário mas de «grande escala».

Por: Sara Isabel

Agronegócios (AN): O CIALA é criado pelo Agrupamento de Suinicultores do Litoral Alentejano em 1997. Mais tarde, em 2006, associam-se à ASLA/TOPIGS Portugal e nasce a empresa AIM CIALA. Começaram com 20 animais, quantos têm atualmente e qual é a atividade do projecto?

José Daniel Alves (J.D.A.): Neste momento temos 200 varrascos em Santiago do Cacém, 50 na Benedita, numa parceria com a Cooperativa de Criadores de Gado da Benedita, e cerca de 30 varrascos em Vendas Novas, uma parceria com o Centro de Recolhas de Vendas Novas. Vendemos doses seminais de elevado valor genético e sanitário, com qualidade certificada e prestamos serviços em reprodução aos suinicultores e a todos os técnicos ligados ao sector. Vendemos sémen para todo o país. Anualmente, vendemos 600 mil doses de sémen, ou seja, mais ou menos 50 a 60% dos suínos em Portugal são filhos de animais que temos no centro de investigação.

AN: Para um produtor de suínos que mais-valias traz o trabalho da AIM-CIALA?

J.D.A.: Os suinicultores têm acesso a uma tecnologia avançada em termos de preparação do sémen e têm acesso a uma excelência e sanidade que não teriam de outra maneira. Conseguimos ter os melhores animais das suas linhas genéticas. Podemos ter as linhas genéticas que o produtor quiser porque trabalhamos com as principais casas de genética do mundo. Temos facilidade em fornecer o sémen na sua exploração logo pela manhã. Fazemos a distribuição pela noite.

AN: Têm sobretudo varrascos pietran (62%). Porquê?

J.D.A.: Porque é o que mercado mais procura. Mas temos facilidade em adquirir outra raça que um produtor verifique está a ser pedida no mercado. É mais fácil para nós do que o produtor comprar um animal que custa pelo menos 2500 euros. Para nós basta o produto telefonar que na semana seguinte já tem o animal dentro da linha genética que quer.

Fig. 3 - O sémen está bem acondicionado para que não perca a sua qualidade.

AN: Qual o futuro que desenha para este projeto?

J.D.A.: Sou suinicultor há 30 anos e acredito que, apesar de todos os problemas que o suinicultor teve nos últimos anos, houve uma melhoria extraordinária. Acredito que vamos crescer, atingir mais clientes. O nosso projeto no imediato, e vamos fazer já no próximo Programa de Desenvolvimento Rural, é a construção de uma nova unidade com capacidade até 50 varrascos. Neste momento estamos no máximo da capacidade o que não é bom do ponto de vista sanitário.

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