Medronho origina contestação a Sul

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Os autarcas de Almodôvar (António Bota), Odemira (José Alberto Guerreiro) e Ourique (Pedro do Carmo) tornaram pública uma contestação conjunta relativa à pretensão de registo de Indicação Geográfica Protegida (IGP) de «Algarve» que propõe a inclusão do medronho produzido em oito freguesias destes municípios.

O processo, lembram os presidentes de câmara do Alentejo, foi conduzido pela Associação dos Produtores de Aguardente de Medronho do Barlavento Algarvio (APAGARBE) à revelia dos produtores, associações e autarcas alentejanos. 

Em comunicado, os responsáveis daqueles três municípios apelam aos responsáveis para que «retrocedam nos seus propósitos», dando conta que pretendem ir «até às últimas instâncias» e avançar para a impugnação judicial do registo.

A APAGARBE, com sede em Monchique, formalizou o pedido de registo de Medronho do “Algarve” à Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), tendo sido publicado entretanto para discussão pública.

Os autarcas recordam que a proposta de registo de IGP medronho do “Algarve” inclui uma vasta área do Alentejo, designadamente toda a área de oito freguesias dos concelhos de Almodôvar, Ourique e Odemira, e que este processo nunca foi apresentado aos produtores, associações e autarcas alentejanos, «numa área de interesse da sua identidade cultural, social e económica», sendo que esta designação «condiciona decisivamente o processo em curso de dinamização da produção de aguardente de medronho no Alentejo, atualmente em curso».

Na contestação afirma-se que o fruto criado no Alentejo tem características diferentes, a aguardente é produzida de forma diferente e o produto final tem outro sabor e grau de álcool».

Os autarcas denunciam o interesse dos responsáveis deste processo em «garantir quantidade de fruto suficiente para a produção dos seus Associados», ou seja, «os produtores do Alentejo tratam e colhem o fruto» e «os produtores do Algarve produzem a bebida».

Tratando-se de um produto endógeno, a designação deverá ser associada à origem da produção, no respeito pela identidade local, «tendo esta bebida tradição no Algarve, mas muito mais no Alentejo», alegam os autarcas.

 

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