Douro vai transformar 114.900 pipas de vinho do Porto em 2016

A Região Demarcada do Douro vai transformar 114.900 pipas de mosto em vinho do Porto nesta vindima, mais 3.900 pipas do que na anterior campanha, anunciou o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.

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O conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, fixou na semana passada em 114.900 o número de pipas (550 litros cada) a beneficiar nesta vindima (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto).

Em 2015, foram transformadas 111.000 pipas de vinho do Porto na mais antiga região demarcada do mundo. «Este aumento do benefício é uma boa notícia para a região», afirmou o presidente do IVDP, Manuel de Novaes Cabral.

Segundo o responsável, desde 2011 que o benefício tem vindo continuadamente a subir. «Tem havido um crescimento constante, sustentado, o que dá nota de um momento bom para o vinho do Porto e para a região», salientou.

A fixação do benefício foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado pelo conselho interprofissional, onde marcam presença os produtores e o comércio. O valor final foi aprovado por unanimidade pelas duas profissões.

António Saraiva, presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), referiu que o acordo «não foi fácil», mas frisou que, no final, o «bom senso imperou» e «o bem comum foi o mais importante».

«Há uma necessidade qualitativa das empresas de refrescar lotes e é um bom sinal para a produção, porque sabemos que há menos uvas e a Denominação de Origem Douro sairá mais valorizada. Em termos económicos é um sinal importante para a região», defendeu.

Também António Lencastre, da Federação Renovação do Douro, representante da produção, afirmou que este é o «valor que a região precisa para garantir as vendas e para garantir a renovação dos stocks».

«Não é o gostaríamos mas é o que é possível. Temos que ter o cuidado para que, com o crescimento, não criarmos excedentes que amanhã nos tragam adversidades», sublinhou.

Para António Lencastre, o mais importante destas negociações é «sempre utilizar o benefício como instrumento e não como um fim».

«O instrumento serve para a região ficar equilibrada e o fim, se nós o usarmos só para crescer, podemos correr o risco de num ano termos muito e nos próximos termos muito pouco», acrescentou.

O benefício, ou seja, a quantidade de mosto que é destinada à produção de vinho do Porto é considerado pelos viticultores do Douro como a sua «maior fonte de receita», chegando a representar, em alguns acasos, «100% do rendimento».

Para se fixar o benefício são avaliados vários parâmetros, como as previsões de produção, que este ano apontam para uma quebra que pode rondar os 30%, devido às doenças na vinha e granizo, as expectativas de comercialização e os níveis de stock.

As vendas de vinho do Porto sofreram uma quebra ligeira mas, em contrapartida, o preço médio tem aumentado, o que significa uma valorização do produto.

Fonte: Lusa

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