Cabo Verde quer plantar oito milhões de árvores até 2030

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Cabo Verde prevê plantar oito milhões de árvores até 2030, o equivalente a arborizar 20 mil hectares, compromisso que a delegação cabo-verdiana vai levar à Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) em Paris.

«Vamos reforçar e intensificar a plantação de árvores tanto no meio urbano, onde mais de 65% da população cabo-verdiana reside, como no meio rural», adiantou o ministro do Ambiente, Antero Veiga, durante uma conferência preparatória da COP21, que vai decorrer de 30 de novembro a 11 de dezembro na capital francesa.

A meta é arborizar 20 mil hectares em todo o país, à média de 400 árvores por hectare, o que segundo Antero Veiga equivale ao compromisso de «plantar oito milhões de árvores nos próximos 15 anos». «Resume-se a cada cabo-verdiano plantar uma árvore por ano», sublinhou.

A arborização é um dos quatro compromissos que Cabo Verde vai levar a Paris e nos quais se incluem também medidas no setor das energias renováveis, água e tratamento dos resíduos sólidos.

Atingir 100% de penetração das energias renováveis na rede elétrica até 2030, melhorar a gestão, moderar o consumo e combater o desperdício de água e reduzir e reciclar os resíduos sólidos 2030 são as contribuições de Cabo Verde para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas.

Efeitos que em Cabo Verde, considerado um dos países mais vulneráveis do mundo às alterações climáticas, se traduzem sobretudo em secas extremas e fenómenos de cada vez mais frequentes de invasão de áreas costeiras pelo mar.

«O impacto mais severo tem a ver com as secas. A redução de chuvas tem um impacto extraordinário na capacidade produtiva e na vida das pessoas», disse Moisés Borges, diretor-geral do Ambiente de Cabo Verde.

Por outro lado, segundo o responsável, verificam-se também cada vez com mais frequência fenómenos associados ao excesso de chuva.

«Temos muito pouca capacidade de absorção de grandes quantidades de chuva. As nossas áreas urbanas não estão preparadas para receber grandes volumes de água», disse.

Com cerca de 80% da população localizada no litoral e com grandes extensões de terrenos agrícolas próximo da costa, a subida do nível do mar é outra das preocupações em Cabo Verde, com aumento da frequência de casos de penetração da água do mar nos terrenos agrícolas e nos lençóis freáticos.

Cabo Verde estará representado na Cimeira do Clima de Paris, pelo primeiro-ministro José Maria Neves e pelo ministro do Ambiente, Antero Veiga, além de uma delegação técnica com elementos da Direcção Nacional do Ambiente, Instituto de Nacional de Meteorologia e Geofísica e Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A COP21 vai reunir em Paris pelo menos 147 chefes de Estado e de Governo, entre os representantes de 195 países, que tentarão alcançar um acordo vinculativo sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa que permita limitar o aquecimento da temperatura média global da atmosfera a dois graus centígrados acima dos valores registados antes da revolução industrial.

Fonte: Lusa 

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