Boticas dá o arranque à rota das feiras do fumeiro do distrito de Vila Real
A Feira Gastronómica do Porco de Boticas dá o arranque à rota das feiras do fumeiro no distrito de Vila Real, certames que ajudam a escoar os produtos tradicionais e injetam milhões de euros na economia local.
«O fumeiro representa uma fonte de receita significativa e é uma mais-valia que fica na região», afirmou Fernando Queiroga, presidente da Câmara de Boticas.
No calendário do distrito de Vila Real seguem-se depois a Feira do Fumeiro e do Presunto de Montalegre, entre os dias 24 e 27 de janeiro, a Feira Fumeiro – Sabores de Chaves e a Feira de São Braz, em São João de Corveira, concelho de Valpaços, ambas no primeiro fim de semana de fevereiro, nos dias 2 e 3.
Fernando Queiroga salientou que o certame de Boticas representa uma «importante oportunidade de negócios» para os produtores do concelho que, nestes dias, conseguem um volume de negócios perto de meio milhão de euros.
A Feira Gastronómica do Porco é, precisamente, um «dos pontos mais altos da economia local», especialmente para os produtores de fumeiro que veem nesta iniciativa a oportunidade para mostrar «a qualidade dos seus produtos».
Segundo o autarca, ajuda também na restauração local e na hotelaria da região, bem como na divulgação de todo o Alto Tâmega. Para incentivar ainda mais à qualidade, este ano realiza-se pela primeira vez o concurso da melhor chouriça e melhor salpicão do certame.
São esperados ao longo de todo o fim de semana da feira mais de 70 mil visitantes, muitos deles provenientes da vizinha Espanha, que têm à sua espera cerca de 40 toneladas de fumeiro feitas por 39 produtores, alguns dos quais se dedicam à atividade a tempo inteiro e outros que ali encontram um complemento ao rendimento familiar.
Aos enchidos, concebidos de forma artesanal, juntam-se o presunto, o pão centeio, a bola e o folar de carne e o vinho dos mortos, que é produzido neste território e depois enterrado para envelhecimento.
«A exigência na qualidade é uma coisa que não abdicamos. Os nossos serviços de controlo de veterinária passaram, pelo menos, três vezes em cada um dos produtores e isso dá a garantia de excelência e qualidade a quem nos visita e compra o nosso produto», frisou o autarca.
Com 21 edições, Fernando Queiroga salientou que a feira tem vindo a crescer «com solidez», consolidando-se de ano para ano. Montalegre afirma realizar a feira “rainha do fumeiro”, que já vai na 28.ª edição.
O certame é uma «montra do mundo rural» que terá cerca de 50 toneladas de fumeiro à venda e representa uma oportunidade de negócio para os produtores, ainda o comércio, restauração e hotelaria, injetando cerca de 2,5 milhões de euros na economia local.
Depois, o concelho vizinho organiza no início de fevereiro a sua Feira do Fumeiro – Sabores de Chaves que tem como objetivo a promoção dos diferentes produtos gastronómicos locais.
Em Valpaços, a freguesia de São João de Corveira está a preparar-se para receber aquela que diz ser a «mais antiga feira do fumeiro do país». Na Feira de São Braz a prioridade é escoar os produtos locais, aqueles que «ainda se fazem à moda antiga, preservando os sabores genuínos», como o presunto, pés de porco, orelheira, carne gorda, salpicão, alheira e linguiça, mas também o vinho, pão centeio, folar, entre outras iguarias locais.
Fonte: Lusa