Baby kiwi nasce em Famalicão

Metódico, rigoroso e determinado foi esta a impressão que nos deixou Emanuel Machado, produtor/investigador na cultura do baby kiwi ou kiwi arguta e autor da página do facebook “Mini-kiwi land”, único fórum português em torno da nova cultura.

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O Baby kiwi, sobretudo pertencente à espécie Actinidia arguta, é um tipo de kiwi muito mais pequeno do que o comum kiwi, tendo como principal particularidade não apresentar “pelos”, o que o torna fácil de consumir com “casca”, a que alia a característica de uma maior doçura e ser colhido, maduro, a partir do mês de agosto (e não em novembro e dezembro, como no A. deliciosa).

Este kiwi, a que a Pequenos Frutos já deu atenção no número 1, é fruto sensação em alguns mercados do centro europeu, como o francês, belga e holandês, onde o público está a aderir entusiasticamente ao seu consumo (o que, pelo sabor delicioso e cremoso, acontecerá também em Portugal). Porém, pela grande procura face a uma oferta ainda limitada e pelo custo da mão de obra na apanha, tal como em outros pequenos frutos, os preços são muito elevados, o que garante aos produtores remunerações que podem, na atualidade, ir aos 7€/kg.

A Pequenos Frutos foi recebida na pequena exploração experimental (cerca de 200 plantas) que o empresário detém em Landim (Vila Nova de Famalicão). Propriedade de quase 3 hectares, onde encontrámos uma plantação  alinhada com rigor militar e cuidada como um jardim nórdico, onde se destaca o relvado primorosamente cuidado no entrelinhamento e uma linha de plantação livre de infestantes.

Este pomar, integralmente montado pelo próprio Sr. Emanuel Machado, colhe os primeiros frutos já no ano de 2013, embora apenas na variedade Issai, que é uma variedade autofértil de fruto integralmente verde.

Atualmente estão em teste 4 variedades de kiwi arguta (Actinidia arguta): Issai, Geneva, Ken Red, Ananasnaya e o Weiki como polinizador “macho”. Além destas variedades, detém ainda alguns pés da variedade Tomuri do kiwi tradicional, que segundo se crê auxilia ativamente na polinização do arguta.

A cultura encontra-se conduzida em dois sistemas: cordão simples e em pérgola, a fim de comparar os resultados e optar pelo melhor sistema, tendo adotado um compasso de 2 x 3m, e um enrelvamento na entrelinha que recebe intervenções todas as semanas.

Tal como na produção de outros pequenos frutos, também no caso do baby kiwi existe a possibilidade de o empresário se estabelecer individualmente em mercado aberto ou em “integração”, com empresas que trabalham com produtores e variedades exclusivas.

Depois de ter encontrado interesse por parte do mercado, sobretudo de grandes empresas nacionais, optou por avançar para o mercado livre porém, procura criar uma “rede de produtores”, pois só com uma área mínima nacional suficiente para corresponder às solicitações dos futuros clientes se permitirá o sucesso do empreendimento de cada um.

É neste contexto que cria a página do facebook, que regista assinalável sucesso, e onde partilha a sua experiência pessoal, troca informações (com produtores e investigadores desta cultura, nomeadamente com um amigo Belga, Khristian De Kezel) e difunde a cultura.

E é com o propósito de apostar nesta cultura que, depois deste primeiro ano francamente animador, pretende expandir a plantação para 2 hectares, na mesma região, plantação que surge do desejo de preparar agora o dia de amanhã, quer da sua reforma, quer do profissional de seu filho, que se inicia este ano como aluno da Escola Profissional Agrícola Conde São Bento, em Santo Tirso.

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