Área florestal diminuiu nas últimas décadas em Portugal

A área florestal tem vindo a diminuir nas últimas décadas em Portugal, a favor do aumento de áreas de mato e improdutivas. Quem o garante é o presidente da Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF).

«Esta situação demonstra o crescente abandono do território que se tem verificado e tem tido impacto na redução do potencial de crescimento do setor", situação que "reforça a importância de aumentar a produtividade das áreas já existentes», disse João Ferreira do Amaral.

A floresta portuguesa ocupava em 2010 cerca de 3,15 milhões de hectares, representando 35% do território continental (de acordo com os resultados preliminares do 6.º Inventário Florestal Nacional), existindo capacidade e sendo «relevante aumentar a área florestal nacional», afirmou.

Segundo os últimos dados recolhidos pela AIFF, as principais espécies florestais em Portugal Continental são o eucalipto (25,8%), o sobreiro (23,4%) e o pinheiro bravo (22,7%), que representam cerca de 72% das áreas florestais existentes.

Ferreira do Amaral sublinhou o contributo da floresta na mitigação dos efeitos das alterações climáticas, na melhoria da qualidade da água, na conservação dos solos, dos habitats e da biodiversidade, entre outros.

A floresta portuguesa tem sido, regra geral, um sumidouro de carbono, com exceção de dois anos em que foi um emissor líquido, em 2003 e 2005, devido à elevada área ardida e ao uso de material queimado pela indústria, afirmou.

«Não podemos deixar de referir que a utilização de produtos de base florestal, como aqueles que saem das nossas indústrias todos os dias, e que vão desde as rolhas ao papel, passando pelos pavimentos ao mobiliário, são uma das melhores formas de garantir que o carbono fica em 'stock' e não é novamente lançado para a atmosfera», realçou.

A AIFF é a entidade dinamizadora do Polo de Competitividade e Tecnologia das Indústrias de Base Florestal, criado em 2009, e representa os três principais subsetores industriais tradicionais (as indústrias da cortiça, da madeira e a da pasta e papel), reunindo empresas, associações empresariais e de produtores e entidades dos sistemas científico e tecnológico e de educação e formação.

«A AIFF norteia a sua atividade segundo dois princípios: o princípio da harmonia e equilíbrio entre as três espécies florestais, ou seja o sobreiro, o pinheiro bravo e o eucalipto, e o princípio da exploração sustentável da floresta, nas dimensões económica social e ambiental», realçou.

Para Ferreira do Amaral, «importa promover uma visão holista e realista da floresta como bem coletivo e gerador de riqueza».

O projeto da AIFF Certifica+, que tem por objetivo elevar a área florestal com gestão certificada dos atuais 10% para 50% até 2018, é um dos temas em destaque na área expositiva da associação durante a Feira Nacional da Agricultura 2015, que decorre em Santarém a partir de sábado (6 de junho) e até dia 14 e que é este ano dedicada à Floresta.

Fonte: Lusa

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