Agricultores em protesto: Tensão crescente na Península Ibérica

Desde o final de 2019 que a tensão tem vindo a escalar em território espanhol. Os agricultores estão insatisfeitos com os preços agrícolas e condições de trabalho, não pretendendo baixar os braços tão cedo. Esta quinta-feira, dia 27 de fevereiro, seis agricultores portugueses juntaram-se aos espanhóis protestaram cortando a autoestrada da Andaluzia ao Algarve. 

FOTO: Lusa

A reinvindicação é clara: preços mais altos pelos produtos agrícolas, que permitam cobrir os custos de produção.

O protesto dos agricultores e criadores de gado da província espanhola está inserido nas manifestações a nível nacional que estes profissionais têm vindo a realizar na última semana em várias cidades de Espanha, mas o foco estará centrado nos problemas mais específicos que a província de Huelva tem relativamente a outras províncias. 

Recentemente, mais de 16 000 agricultores espanhóis reclamaram em Sevilha sobre os preços agrícolas. Os produtores sevilhanos levantaram a voz em uníssono e exigiram preços decentes para a produção agrícola e pecuária, além do equilíbrio na cadeia alimentar e maior controlo das importações de países terceiros.

Estes também demonstraram desconforto com as administrações devido à falta de soluções solventes para os problemas que o setor tem vindo a alertar há muito tempo e exigem políticas eficazes que contribuam para reduzir os custos das explorações e defender a sustentabilidade de um setor estratégico para a economia. Estes afirmam que as suas reinvindicações devem ser ouvidas, uma vez que o setor agrícola não apenas gera emprego e riqueza estáveis, mas também garante produções seguras e de qualidade e contribui essencialmente para a manutenção do ambiente rural e do espaço natural.

Os agricultores espanhóis relembram a baixa rentabilidade da qual cada vez mais sofrem certas culturas, como é o caso azeite, azeitona de mesa, frutas cítricas, cereais, pecuária, entre outros. Enquanto os preços caem, os custos de produção aumentam.

Além disso, criticam os desequilíbrios da cadeia alimentar, uma vez que o preço pago pelo consumidor é muito superior ao percebido pelos produtores. Da mesma forma, eles apontam os efeitos nocivos que os ataques injustificados à produção e exportação de alimentos agroalimentares estão a ter, como o veto russo, o Brexit ou as tarifas dos EUA.

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