A importância de escolher o túnel certo

Por: Mónica McGill, Haygrove

Nos últimos 10-15 anos ocorreram várias alterações no mundo dos produtos frescos, sendo duas mais significativas.

Em primeiro lugar, assistimos a um aumento do nível de exigência dos consumidores em relação à qualidade dos produtos frescos. Inevitavelmente, esta mudança de atitude levou a uma maior atenção e preocupação dos produtores no fornecimento a estes mercados. Os produtores têm que, continuamente, se adaptar e ir de encontro às exigências dos consumidores, por forma a garantir a colocação dos seus produtos no mercado.

Além da exigência a nível de qualidade também se verifica uma maior exigência relativamente aos períodos de fornecimento dos produtos, sendo estes cada vez mais longos.
O comprador procura um fornecedor que possa entregar produto de forma consistente, ano após ano, com a qualidade certa e que seja cumpridor.

Em segundo lugar, o mundo parece estar numa situação muito precária neste início do século XXI, tanto a nível económico como climático. Poucas coisas são dadas como certas, mas é um facto que o clima está em mudança e as condições são cada vez mais extremas e menos previsíveis.

A conclusão que podemos tirar destes 2 eventos é que o produtor deve tomar medidas de forma a reduzir ou eliminar os riscos na produção. Risco de perda da produção ou risco de baixa qualidade. Em culturas de elevado valor, tal como a produção de pequenos frutos, acreditamos que o investimento em túneis é altamente justificável. No Reino Unido é muito difícil, até quase impossível, fornecer os maiores compradores de pequenos frutos se a produção não estiver protegida. De qualquer forma, a produção em túneis requer um investimento mais elevado e por isso é importante que se tome a decisão certa em relação ao tipo de túnel que se vai adquirir. Quando um produtor toma esta decisão está a tomá-la para 20 anos, pois túneis de boa qualidade irão durar pelo menos 20 anos! A última coisa que o produtor quer é investir o seu dinheiro na estrutura errada.

Perante estes factos, a Haygrove, nos últimos 10 anos, tem investido imenso no desenvolvimento e inovação, criando um vasto leque de estruturas que acompanhem as necessidades dos produtores. As principais áreas em que a Haygrove tem apostado são o tamanho e a resistência das estruturas.

O tradicional túnel de 6.5m construído em aço de 35mm está, rapidamente, a ficar ultrapassado e existem várias razões para tal estar a acontecer:
›    Resistência do aço: a tabela abaixo ilustra a importância de fazer a escolha certa a nível de resistência e gradiente de aço. Todos os locais e circunstâncias têm que ser analisadas, mas é evidente e bem real que o investimento em túneis mais resistentes é mais do que justificado.

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›    Tamanho do túnel: como foi mencionado no início do artigo, a qualidade do produto é o principal objetivo. Se combinarmos este facto ao facto dos pequenos frutos requererem temperaturas não superiores a 21 - 23°C, então o tamanho do túnel é fundamental.

Em termos gerais, num clima como o português, quanto mais pequeno o túnel mais alta se torna a temperatura. Quanto maior o túnel, com maior volume de ar, mais fácil será regular as temperaturas elevadas. Isto combinado com a influência que o volume de ar tem na humidade é fácil perceber-se a como o tamanho do túnel influência a qualidade da fruta.

Na foto seguinte pode-se ver que não é só o volume de ar mas também o perfil do arco que são os fatores chave no novo modelo da Haygrove. Recentemente a Haygrove desenhou um novo perfil de arco em que o arco parte a direito da pata e não com a habitual forma de Y. Esta alteração permite um acesso mais facilitado a maquinaria pesada, melhor acesso à fruta na altura da colheita e mais espaço para os trabalhadores, principalmente em culturas como a framboesa.

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No Reino Unido a área protegida por túneis mais fortes e resistentes aumentou imenso nos últimos 15 anos e o gráfico abaixo ilustra o forte efeito que teve no volume de fruta e no valor da mesma.

Apesar do número de hectares em produção não se ter alterado muito, o volume de produção e preço quintuplicou. Uma das razões chave foi o prolongar da época. Por exemplo, com os morangos, estamos atualmente a colher fruta com 2-3 semanas de antecedência na primavera o que também significa que o mercado está a absorver as variedades tardias de verão e de outono.

A produção de outono tem sido fenomenal com 50% das plantas a produzir fruta entre agosto e novembro. Este mercado simplesmente não existia há cerca de 6-7 anos atrás.

Em termos de qualidade da fruta os resultados também têm sido muito bons comercialmente.

Nos pequenos frutos a percentagem de Classe 1 versus Classe 2 tem sido 90:10 em culturas protegidas por túneis Haygrove comparado com 75:25 com a produção convencional ao ar livre. Relativamente ao rendimento, na framboesa, morango e mirtilos, a percentagem de classe 1 tem sido 30% mais elevada em túneis Haygrove quando comparado com os resultados de produções ao ar livre.

Upgrade – o que significa isto?

À medida que mais e mais pequenos frutos são produzidos em túneis, maior é a exigência a nível das características das estruturas. Isto levou a que a Haygrove investisse no desenvolvimento de sistemas que permitam ao produtor investir e melhorar os seus túneis ao longo do tempo, passando de estruturas simples de proteção a estruturas com canais de metal, portas e ventilação superior elétrica. Todas estas alterações podem ser feitas mais tarde, permitindo assim ao produtor gerir o seu investimento da melhor forma. Esta possibilidade é única e exclusiva dos túneis Haygrove.

A importância de uma boa gestão dos túneis

Apesar de serem estruturas simples e low cost, tal como a rega e a produção, os túneis têm que ser integrados no plano de produção e necessitam de um plano de maneio. Os túneis Haygrove foram desenhados para ser estruturas temporárias, low cost e amovíveis.

Esta flexibilidade significa que é necessária uma boa gestão das estruturas para que se possa tirar o máximo partido das mesmas. Não podem ser tratadas como estruturas permanentes!

A chave deste maneio é a ventilação. Ao contrário das estufas convencionais, estas estruturas podem ser completamente abertas para garantir que a cultura não stressa com excesso de calor ou humidade.

Esta tarefa é vital e precisa de ser controlada bem de perto. Na Haygrove, onde temos 90 hectares de estruturas multibay, nomeámos uma pessoa responsável pela gestão dos túneis para garantir que o maneio das estruturas é feito da melhor forma e em tempo real de acordo com as condições climatéricas.

A ventilação é utilizada para regular a temperatura e humidade nos túneis mas também serve para evitar estragos na estrutura quando esta está sujeita a ventos muito fortes (superiores a 110km/h).  Acima destes valores o plástico deve ser retirado e atado na linha das patas.

Em termos de construção, os produtores precisam de dedicar cerca de 365 horas de trabalho por hectare.

Os produtores tornam-se muito rápidos a construir e a mudar os túneis de sítio, contribuindo para isto o facto de a Haygrove estar constantemente a melhorar e a lançar novos produtos que reduzam o tempo destas tarefas.

Em 2003, por exemplo, a Haygrove lançou uma nova abraçadeira para a corda que reduziu o tempo de colocação do plástico quase para metade. Qualquer pessoa que invista num sistema Haygrove recebe um manual de construção e maneio, permitindo ao produtor tirar o máximo partido da estrutura.

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