Floresta, um «desígnio nacional»

O presidente da Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF) referiu esta segunda-feira, 25 de maio, que o setor das florestas «não só é importante para as gerações atuais» - porque as suas atividades são «relevantes do ponto de vista económico e social» - mas também do ponto de vista estratégico, já que «tem grandes possibilidades de se desenvolver e aproveitar as oportunidades nos mercados internacionais».

«Sem exagerar, a sustentabilidade da nossa floresta devia ser um desígnio nacional», reclamou João Ferreira do Amaral.

Durante o seminário de encerramento da campanha internacional “Paper From Portugal”, na Alfândega do Porto, o líder desta entidade gestora do pólo de competitividade da fileira sublinhou que «a sustentabilidade ambiental não se consegue se não houver sustentabilidade económica» e que «só os recursos com interesse económico têm possibilidade de se manter».

«Do ponto de vista da opinião pública, nacional e internacional, ela ainda não está suficientemente alertada para a floresta enquanto recurso económico. Toda a gente reconhece os aspetos ambientais e de qualidade de vida, mas não está alertada para a grande valia económica desta fileira», acrescentou Ferreira do Amaral.

O presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, traçou o retrato de um setor com 470 empresas, que empregam mais de 10.500 pessoas em Portugal e são responsáveis por 3,1 mil milhões de euros de faturação, representando 1% do valor acrescentado bruto (VAB) do país e 5% do total gerado pela indústria transformadora portuguesa.

Destas 470 empresas, há 300 que vendem os seus produtos e serviços em países terceiros, ou seja, 64% das empresas do setor são exportadoras. «É um número excecional e que gostaria de ver replicado noutros sectores da nossa economia», disse Frasquilho, calculando que o setor teve taxas de crescimento médio anual de 3% ao longo dos últimos cinco anos e que estas três centenas de empresas da fileira respondem por 5% das exportações totais portuguesas.

Depois de uma campanha mais reduzida, realizada em apenas cinco países europeus, entre 2011 e 2013, a CELPA - Associação da Indústria Papeleira avançou com a campanha Interpaper 2013-2015, em que pretendia acabar com alguns mitos envolvidos nesta indústria e promover as características técnicas e ambientais destes produtos. Uma campanha alargada a outros países da Europa, como na região do Báltico, e também a mercados do Norte de África e da América do Norte.

Citando «três mitos» que envolvem este setor - a indústria papeleira destrói a floresta; o papel reciclado é mais verde que o papel novo; online é melhor que "on paper" - e que esta campanha internacional visou combater nos últimos três anos, Armando Goes, presidente da CELPA, valorizou que, atualmente, a fileira exporta para mais de 130 países e entrou em novos mercados fora da Europa, como Tunísia, Turquia ou EUA, tendo «em muitos deles crescimentos de três dígitos».

Além disso, concluiu, os capitais da indústria da pasta e papel «são, na sua maioria, nacionais e, na sua globalidade, ibéricos», pelo que «os centros de decisão estão, pelo menos, na Península Ibérica».

Fonte: Jornal de Negócios 

Regiões

Notícias por região de Portugal

Tooltip