Viticultores do Douro queixam-se de elevados prejuízos

Viticultores do Douro queixam-se de terem perdido «a principal fonte de rendimento» depois de uma intempérie ter arrastado hectares de vinha e destruído muros, prejuízos que estão a ser avaliados pelos técnicos do Ministério da Agricultura.

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A chuva intensa que caiu nos últimos dias provocou diversos desabamentos de terras, quedas de pedras e de muros, aluimentos de estradas e de caminhos um pouco por todo o território dos municípios durienses de Santa Marta de Penaguião, Mesão Frio e Peso da Régua, no distrito de Vila Real.

Técnicos da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN) já estão no terreno a fazer um levantamento dos estragos, que serão depois reportados ao Ministério da Agricultura.

Fonte deste organismo disse que a maior parte das queixas foram reportadas na região do Baixo Corgo. Na freguesia de Fontes, Santa Marta de Penaguião, vários agricultores juntaram-se hoje para observarem os estragos da enxurrada que arrastou parte de um caminho rural, vinhas, oliveiras, campos de batatas.

«Era a nossa sobrevivência. É do que vivo. Agora não sei o que vamos fazer, não temos dinheiro para reparar o que o mau tempo estragou», afirmou Perpétua Cardoso. Esta agricultora de 65 anos explicou que a chuva intensa «arrasou os campos». «As vinhas nem se veem, nem cepas, nem pedras, nem arames, nem nada. Tinha uma vinha nova e também nem se veem os enxertos, ficou tudo arrasado», salientou.

Adelino Silva, 60 anos, fala também «num prejuízo grande» nas suas propriedades. «Perdi mais de metade da vinha, os campos de batatas, de tudo», salientou. O agricultor explicou que «a água acumulou junto a um caminho rural e depois acabou por provocar uma enxurrada que desceu toda a encosta».

Com 51 anos, José Manuel garantiu que nunca viu nada assim. «Era tanta água que começou a desabar tudo por aí abaixo e levou tudo o que apanhou pela frente. Foi um caos mesmo», contou.

Ilda Silva, 52 anos, disse que perdeu os acessos às vinhas, ficou sem os patamares que fez de novo há pouco tempo e que, agora, não tem dinheiro para recuperar os prejuízos. «Não tenho seguro, não tenho dinheiro para nada e vivo disto».

Os viticultores esperam agora que o ministro da Agricultura «dê uma ajuda». «Estamos em pleno Douro, numa região onde a principal fonte de rendimento é a agricultura. Estão a reconverter vinhas, a investir e veem o seu trabalho de anos ser agora destruído em espaço de segundos. Isto é preocupante porque mexe com a economia da freguesia e das pessoas que só possuem esta fonte de rendimento, que é a vinha», salientou o presidente da Junta de Fontes, Hugo Sequeira.

O autarca espera que o Ministério da Agricultura possa «dar uma resposta» às preocupações destas pessoas e conseguir «alguma ajuda para minimizar os estragos e os problemas».

Fonte: Lusa 

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