Vinhos portugueses com oportunidades, mas têm de melhorar marketing

O mundo apresenta atualmente «grandes oportunidades» para os vinhos portugueses, mas as empresas ainda precisam de dar «um salto de gigante» nas áreas da comercialização e do marketing, defendeu esta quarta-feira (4 de maio) um especialista, em Évora.

vinhos

«Existem grandes oportunidades no mundo, não só, mas também para os vinhos portugueses, especialmente pelas tendências mundiais e particularmente em países que estão a crescer muito em termos de importação, como EUA, Canadá ou mesmo a China», afirmou Nuno Vale, diretor de marketing da ViniPortugal.

O responsável falava à margem do 10.º Simpósio de Vitivinicultura do Alentejo, que decorre, até 6 de maio de 2016, no auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRA), em Évora, onde participou como orador no painel "Desafios do setor à promoção internacional". 

Nuno Vale referiu que os mercados norte-americano e canadiano «estão à procura de vinhos autênticos, que sejam de uma proveniência certa e que não sejam apenas uma massificação de vinhos«, considerando que os «néctares» portugueses preenchem os requisitos. 

«Portugal oferece castas autóctones, oferece um produto muito genuíno e autêntico e de qualidade», ao mesmo tempo que apresenta «uma grande diversidade para diferentes segmentos e para diferentes canais de distribuição», argumentou. 

O diretor de marketing da ViniPortugal, associação interprofissional do setor vitivinícola, observou que os EUA «têm ainda um consumo per capita baixo», mas realçou que «a população e o consumo estão a crescer» e que «quem bebe vinhos portugueses são, sobretudo, consumidores jovens, entre os 21 e os 49 anos». 

«Estamos num 'target' que está a crescer em termos de consumo de vinho, que está a consumir vinho mais caro e que está a consumir cada vez mais vinho português, porque não é um consumidor tão ligado ao típico consumo de antigamente de uma casta internacional mas que está disposto a descobrir vinhos autênticos», disse. 

Contudo, o responsável apontou que atualmente «toda a parte da comercialização e do marketing não está em foco nas empresas portuguesas», considerando que estas áreas são muito importantes para o sucesso nos mercados internacionais. 

«É preciso que as empresas tenham uma educação formal em 'wine business', que seja algo sólido e que atualmente não existe», afirmou Nuno Vale, alertando que «ainda há muitos erros básicos que são cometidos no setor» e que «é preciso haver um salto de gigante no trabalho comercial e no trabalho de marketing». 

O diretor de marketing da ViniPortugal advertiu que, apesar das grandes oportunidades para Portugal, «o mundo dos vinhos está cada vez mais competitivo», indicando que os grandes países produtores de vinho, como Espanha, França e Itália, estão a «virar-se para o exterior».. 

O simpósio, criado em 1989 e realizado de três em três anos, é promovido pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), em conjunto com a Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo (ATEVA), a Universidade de Évora, a Direção Regional de Agricultura e Pescas e a CCDRA. 

O objetivo da iniciativa é divulgar o conhecimento técnico e científico relacionado com vitivinicultura, enologia, marketing e sustentabilidade, promovendo também a troca de experiências e o contacto direto entre investigadores e técnicos destas áreas.

Fonte: Lusa

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