Valpaços promove produtos no estrangeiro
A Câmara de Valpaços quer construir um novo pavilhão de exposições e abrir lojas no estrangeiro para venda dos produtos locais, como forma de promover e valorizar um setor que representa 80 milhões de euros anuais para o concelho.
A estratégia delineada e anunciada pelo presidente do município, Amílcar Almeida, visa apostar no setor agrícola, «a bandeira» deste município do distrito de Vila Real.
E, para conseguir uma maior comercialização da castanha, do vinho, azeite, folar, fumeiro, mel e compotas, a câmara vai juntar-se a entidades locais para abrir lojas de venda destes produtos em Lisboa e ainda Paris (França) e Genebra (Suíça).
Os parceiros no projeto são a Cooperativa dos Olivicultores, a Adega Cooperativa, a Cooperativa Agrícola e a Associação Regional da Agricultura das Terras de Montenegro.
«Decidimos explorar o mercado da saudade. Temos uma franja populacional, em termos de emigração, muito grande quer em França quer na Suíça», afirmou Amílcar Almeida aos jornalistas.
A ideia é colocar à venda os produtos locais nesses países a preços mais acessíveis e, ao mesmo tempo, transformar essas lojas «em espaços de convívio e de encontro» para os emigrantes.
«O litro de azeite na Suíça é vendido a 20 euros, um preço exorbitante, quando aqui compramos cinco litros e ainda ficamos com algum dinheiro. E lá não tem a qualidade do nosso azeite», frisou.
O autarca salientou que o vinho, o azeite e a castanha são produtos que «representam mais de 80 milhões de euros por ano» de volume de negócio para o concelho.
Mas é também para promover este setor que o município quer construir um novo pavilhão de exposições, ao lado do existente.
A candidatura já foi submetida a fundos comunitários, representa um investimento de um milhão de euros e Amílcar Almeida acredita que «vai ter êxito».
O autarca disse que o atual espaço já é exíguo para acolher todos os participantes da Feira do Folar, o único certame que atualmente se realiza no pavilhão e que se repete no próximo fim de semana.
«Não faz sentido termos um pavilhão só para realizar um certame por ano quando temos um enorme potencial que é preciso aproveitar», salientou.
A Feira do Folar de Valpaços gera um volume de negócios de um milhão de euros e representa «uma lufada de ar fresco» para a economia local.
No recinto vão espalhar-se 100 expositores que vão ter à venda cerca de 50 toneladas de folar, uma iguaria que marca presença obrigatória em praticamente todos os lares transmontanos durante a celebração da Páscoa e é feita com ovos, farinha, azeite e várias carnes como presunto, salpicão, linguiça e carnes de porco.
Fonte: Lusa