Na Universidade do Minho reaproveitam-se produtos agroalimentares desperdiçados

Criar novos produtos alimentares, cosméticos e biomédicos a partir de matérias-primas atualmente desperdiçadas na indústria agroalimentar é o objetivo do projeto “Valor Integrador”, no qual o Centro de Engenharia Biológica, CEB, da Universidade do Minho, participa.

O consórcio, que junta empresas e instituições do sistema científico, pretende diminuir o desperdício de alguns produtos na indústria agroalimentar, aumentando a eficiência económica e diminuindo o impacto ambiental.

Até agora alguns subprodutos não eram aproveitados devido à falta de uma solução integrada de valorização.

Foi para responder a esta falha que o projeto “Valor Integrador” foi pensado.

Os intervenientes querem criar novos ingredientes de valor acrescentado para diversas áreas, que possam ser utilizados na alimentação humana, animal, na produção de cosméticos ou soluções biomédicas, como é o caso de farinhas de carne, de peixe e até óleos e gorduras animais.

Assim, o projeto terá uma contribuição decisiva para o aumento dos ganhos económicos do setor, seja pelo aumento das receitas, seja pela redução dos custos de tratamento dos subprodutos, contribuindo, assim, para a sustentabilidade da área. E terá um forte impacto ambiental pela diminuição de desperdícios e aumento do aproveitamento de produtos.

«Prevê-se que os resultados obtidos pela investigação sejam utilizados para dinamizar e alargar a importância do tema a outras empresas de forma a incentivar o desenvolvimento de processos integrados para a valorização dos subprodutos do setor agroalimentar», afirma José António Teixeira, diretor do CEB.

Os investigadores pretendem sensibilizar as empresas do setor para a importância da missão deste projeto e que contribuam para o desenvolvimento de uma Europa com recursos mais eficientes.

O parceiro industrial deste projeto é a Sorgal, empresa produtora de rações animais, que se associou a instituições que procuram valorizar os produtos ou aprofundar as soluções já desenvolvidas em projetos anteriores, como a UNICER, Central Carnes, Avicasal, Germen, Poveira, através de tecnologias que serão integradas num protótipo a desenvolver pela Vallinox, integrando tecnologias já implementadas pela Savinor.

Além destas parcerias, a otimização da extração, obtenção de frações de elevado valor, a demonstração de potencial in vitro e a aplicação em formulações alimentares será certificado e garantido pelo CEB e pela Universidade Católica Portuguesa – Escola Superior de Biotecnologia. A validação clínica do potencial dos ingredientes na alimentação humana será responsabilidade da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto – CINTESIS e na alimentação animal será o Instituto de Ciência Biomédicas Abel Salazar – ICBAS.

O projeto teve, ainda, o apoio da PTFoods, que além de colaborar ativamente na disseminação dos resultados, por considerar a valorização de subprodutos estratégica para o setor agroalimentar e para a economia, numa ótica de sustentabilidade económica e ambiental.

Fonte: Braga TV  

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