UE mobiliza 10 milhões de euros para combater intensa praga de gafanhotos-do-deserto na África Oriental

A Comissão Europeia anunciou a concessão de mais 10 milhões de euros para combater uma das pragas de gafanhotos-do-deserto mais graves desde há décadas, na África Oriental. A praga poderia ter consequências devastadoras para a segurança alimentar numa região vulnerável, na qual 27,5 milhões de pessoas sofrem de uma grave insegurança alimentar e, pelo menos, mais 35 milhões estão em risco.

Gafanhoto-do-deserto

A Comissária responsável pelas Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, sublinhou: «Esta crise mostra, uma vez mais, a fragilidade dos sistemas alimentares confrontados com ameaças. A abordagem da UE, em consonância com o Pacto Ecológico, centra-se na sustentabilidade. Temos de reforçar a capacidade de resposta coletiva a estas ameaças, mas também temos a responsabilidade de intervir de imediato com determinação para evitar uma crise grave, combater as causas profundas desta catástrofe natural e proteger os meios de subsistência e a produção alimentar».

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) elaborou um plano de resposta, mas importa alargar de imediato as intervenções nacionais para apoiar os governos dos países afetados. Existe, pois, uma estreita oportunidade para conter esta praga preocupante e proteger os meios de subsistência de milhões de pessoas vulneráveis, na África Oriental e não só.

A reação da UE, que trabalha em conjunto com os parceiros da Rede Mundial contra as Crises Alimentares, foi rápida. Esta parceria é constituída pela UE, a FAO, o Programa Alimentar Mundial e outras partes interessadas, tendo sido criada com o objetivo de proporcionar soluções sustentáveis para as crises alimentares em todo o mundo.

A contribuição de 10 milhões de euros da UE, hoje anunciada, complementa o milhão de EUR dos fundos humanitários já mobilizado. A UE seguirá uma abordagem conjunta de ajuda humanitária e desenvolvimento para fazer face à crise e proteger os meios de subsistência.

Contexto

O gafanhoto-do-deserto é considerado, a nível mundial, a praga mais destrutiva causada por espécies migratórias. As perdas de culturas e alimentos nas zonas afetadas podem ser enormes, gerando impactos negativos diretos e dramáticos na agricultura e nos meios de subsistência.

Desde há um mês, a situação na África Oriental deteriorou-se rapidamente. A longa época das chuvas, que terá início em março, é propícia a uma nova vaga reprodutiva e mais propagação na região. Estão já ser comunicados prejuízos nas culturas e nas pastagens no Quénia, na Etiópia e na Somália — os três países mais afetados —, podendo as perdas alastrar rapidamente a outros países vizinhos, como o Jibuti, a Eritreia, o Sudão do Sul, a Tanzânia e o Uganda. O Iémen, o Sudão, o Irão, a Índia e o Paquistão estão também em risco.

O plano de resposta da FAO estima que serão necessários cerca de 70,3 milhões de euros para as ações mais urgentes, tanto no que respeita ao controlo dos gafanhotos-do-deserto como à proteção e à recuperação dos meios de subsistência agrícolas. Com o anúncio de hoje sobre a concessão de 10 milhões de euros, o plano totaliza, até à data, 29,4 milhões de euros, por parte da UE e dos parceiros internacionais.

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