Timor: FAO prevê mais importações de cereais
Timor-Leste poderá ter que importar em 2015 o dobro dos cereais que importou em 2014, em grande parte devido à maior procura de arroz e apesar das condições climatéricas terem favorecido um aumento da produção, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Na sua análise de previsões para 2015, a FAO prevê que durante a campanha de comercialização - de julho de 2014 a junho de 2015 - haja um «aumento considerável da importação de cereais».
Uma situação, explica, que reflete, principalmente, maiores importações de arroz durante 2014, «que se estima tenha quase duplicado o nível de 2013 e chegado a 130.000 toneladas».
Isso deve-se, sublinha, à queda na produção interna e a uma forte procura doméstica.
A importação de trigo e de milho deverá permanecer em níveis idênticos aos do ano passado, em torno de, respetivamente, 10.000 e 17.000 toneladas.
A FAO nota que, a chuva acima da média entre janeiro e meados de abril em grande parte do país, tem estado a beneficiar as colheitas, quando está em fase de conclusão a principal época do milho e prestes a arrancar a do arroz, que se prolongará de maio a julho.
Antecipando que as condições climatéricas se mantêm, a FAO prevê que a colheita de milho seja este ano de 110.000 toneladas, ou mais 8%, que no ano passado, quando já se registou uma produção positiva.
Prevê ainda que a produção do arroz ronde as 94.000 toneladas, mais 6% que em 2014, mas, ainda assim, 10% abaixo do nível médio dos últimos cinco anos.
«As previsões favoráveis globais são atribuídas a um ligeiro aumento previsto das plantações, bem como rendimentos mais elevados esperados, devido ao bom tempo e ao apoio do governo ao setor, incluindo a distribuição adequada de sementes e fertilizantes», sublinha.
Neste cenário, a FAO considera que «as condições gerais de segurança alimentar estão a melhorar» persistindo «insegurança alimentar localizada».
«A escassez da produção localizada de cereais em 2014, particularmente nos distritos de Ainaro (sudoeste), Ermera (noroeste) e Liquiçá (norte), agravaram a situação de insegurança alimentar dos grupos vulneráveis», refere.
«O acesso aos alimentos também continua a ser um grande desafio em zonas de montanha e aldeias localizadas remotamente», sublinha.
Fonte: Reuters