«Temos de acabar com o minifúndio institucional na floresta»

A afirmação é de Américo Mendes, um dos fundadores da Associação Florestal de Portugal, no dia em que o Governo anunciou que criou um grupo de trabalho para fazer a reforma do da floresta nacional.

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O investigador lembrou que não é possível voltar a ter o mesmo número de pessoas na floresta que se verificava nos anos 50. O caminho tem de passar pelo emparcelamento associativo de custos e benefícios.

Américo Mendes, professor universitário, é claro quanto ao rumo a tomar: «temos que apoiar mais as brigadas de sapadores florestais, apostar no associativismo florestal e envolver as autarquias nestas questões de uma forma diferente do que tem sido feito até aqui».

O também membro fundador da FORESTIS - Associação Florestal de Portugal lembra que dinheiro para avançar no terreno com trabalho produtivo já existe. «Todos pagamos um imposto cada vez que metemos combustível que reverte para o Fundo Florestal Permanente, mas o dinheiro não chega à floresta». Perde-se, diz, em centenas de gabinetes técnicos (praticamente um por cada município português).

«Acontece que as manchas florestais não conhecem as fronteiras administrativas e cada gabinete não se coordena com o dos municípios vizinhos. O dinheiro perde-se e tem poucos efeitos práticos no terreno».

O professor universitário defende a criação de estruturas técnicas de apoio aos silvicultores que respeitem as manchas florestais e que atuem ao nível supramunicipal, em articulação com as associações de produtores e não em paralelo a estas num claro desperdício de recursos.

Recorde-se que, na semana passada, o Governo anunciou que vai criar um Grupo de Trabalho que vai estudar e definir medidas para serem aprovadas depois de 30 de setembro num Conselho de Ministros dedicado às florestas, quando termina o período crítico dos incêndios florestais.

Entre as medidas a estudar estão ainda o aperfeiçoamento do modelo de sapadores florestais e o incentivo do uso de biomassa florestal, em especial, aquela proveniente de resíduos resultantes de limpezas, desbastes e desmatações.

Fonte: RTP/Agronegócios

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