Startup de agricultura urbana nasce no Porto

Jovens empreendedores do Porto criaram uma empresa de equipamentos para agricultura urbana, que também habilita as pessoas a cultivar os seus próprios alimentos nas cidades, indicou um dos membros fundadores do projeto, José Ruivo.

agricultura urbana

A startup (empresa recém criada, em fase de desenvolvimento e pesquisa de mercados) Noocity é um projeto focado na eficiência e na redução do consumo, explica o co-fundador.

A empresa ganhou o Pitch Day, evento organizado pelo Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) para apresentação e divulgação de novas startups' que ocorreu em fevereiro, no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S).

«Estamos cada vez mais afastados dos alimentos que consumimos, produzidos em lugares distantes, o que tem um grande impacto no ambiente», refere José Ruivo, acrescentando que a qualidade desses produtos tem vindo a ser reduzida, devido ao uso de conservantes e químicos utilizados na sua produção.

Orientado para a agricultura urbana, o projeto «ultrapassa as barreiras de espaço, tempo e conhecimentos associados ao cultivo de alimentos», visto que as hortas podem ser adaptadas aos locais e têm um sistema de rega autónomo.

Este sistema poupa a água em quase 80% devido a pouca evaporação da mesma e ao facto de esta não se perder através do solo (como nas hortas convencionais). Aliado ao acesso que as plantas têm à água, 24 horas por dia - o que faz com quem cresçam mais rápido - tornam as hortas «extremamente produtivas».

Para além disso, a autonomia do equipamento permite um menor dispêndio de tempo por parte do proprietário, que só necessita de fazer a manutenção de três em três semanas, esclarece José Ruivo.

A ideia para a empresa surgiu a partir de outro projeto em que os criadores estavam envolvidos, sobre arquitetura sustentável.

No espaço que tinham disponível construíram uma pequena horta, «muito elogiada», o que os levou a acreditar que esta ideia podia ser uma oportunidade e que havia mercado para este tipo de produto.

A horta, primeiramente desenhada em madeira, foi sofrendo alterações à medida que o produto foi sendo desenvolvido. Devido a questões relacionadas com o transporte, tornaram a estrutura mais leve e que permitisse uma mobilidade mais rápida, mais fácil de montar e mais eficiente, e melhoraram o sistema de rega.

Os responsáveis pelo projeto pretendem, no futuro, desenvolver estufas, para que se possa cultivar durante o ano todo, e pequenos combustores, à escala doméstica, para reciclar resíduos orgânicos e utilizá-los no cultivo das plantas, o que leva a um menor consumo de adubo e de fertilizantes.

José Ruivo refere ainda que uma das ideias seguintes é produzir e comercializar secadores solares, para secar os alimentos que são produzidos e que não são consumidos, de forma a conservá-los durante mais tempo, bem como a terra e as plantas para o cultivo.

No 'site' da empresa são disponibilizados conteúdos didáticos gratuitos, como é o caso de informações sobre as plantas, compiladas em guias e fichas, «fáceis de interpretar», que servem de apoio aos iniciantes no cultivo.

O projeto, idealizado em 2013 e que arrancou como empresa no início de 2015, foi iniciado por José Ruivo, Pedro Monteiro e Samuel Rodrigues e conta hoje em dia com a colaboração de Leonor Babo e Pedro Rocha.

Em agosto de 2015 o projeto foi estendido para o Brasil, onde criaram, em parceria com outro membro adicionado à equipa, Rafael Loschiavo, uma filial da empresa, que já produz e vende o produto. 

Fonte: Lusa

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