Quotas leiteiras: Confederação Nacional da Agricultura antevê dias negros para Portugal

quotas leiteiras

A direção da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defende que com o fim do sistema das quotas leiteiras na União Europeia (UE), que terminou a 31 de março, irá apenas favorecer os grandes países produtores e exportadores bem como «o agronegócio».

«Esta medida do fim das quotas leiteiras vem complicar ainda mais a já difícil situação da grande maioria dos cerca de seis mil produtores nacionais de leite, complica a situação da transformação e comercialização de laticínios por parte da indústria nacional e mais compromete a soberania alimentar do nosso país», frisa a CNA, em comunicado enviado às redações.

A Confederação considera que, até hoje, «Portugal dispunha de uma quota leiteira ligeiramente superior a 2 milhões de toneladas / ano embora já estivéssemos a produzir (mais de 200 mil toneladas) abaixo dessa quantidade também em resultado das más políticas agrícolas e de mercados que têm eliminado os pequenos e médios produtores».

«O sistema europeu (e depois nacional) das quotas leiteiras não sendo um sistema perfeito pois continha várias discrepâncias, todavia garantia a cada Estado-membro e, depois, a cadaprodutor, uma quantidade de produção leiteira para comercialização ou seja, estabelecia uma espécie de garantia em termos dos direitos a produzir/comercializar abrangidos pelo sistema das Ajudas da PAC - Política Agrícola Comum», avisa a direção da CNA.

Para os agricultores, o sistema das quotas leiteiras «é um instrumento da política pública de controlo da produção/escoamento e de assegurar uma certa equidade entre produtores e Estados-membros».

A partir de 1 de abril (de 2015), «será a "lei da selva" na produção leiteira», critica a CNA.

«Os países já hoje grandes exportadores de leite (a baixos preços) e o grande agronegócio ficam agora à vontade para intensificarem e aumentarem a respetiva produção e comercialização e exportarem cada vez mais – designadamente para dentro de Portugal - o que ameaça a continuidade da grande parte da produção nacional de leite e de laticínios. E ao contrário do que diz a "conversa" oficial, os preços à produção vão ser pressionados para também baixar ainda mais, com ou sem "contratos" entre os compradores e os produtores», alerta a CNA.

 

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