Proença-a-Nova: laboratório para gestão de fogos e floresta arranca em abril

Integrado no Roteiro da Inovação, levado a cabo pelo primeiro-ministro António Costa, foi assinado a 16 de março, no Centro de Ciência Viva da Floresta de Proença-a-Nova, o memorando para a criação do laboratório colaborativo ForestWISE, que se prevê arrancar em abril deste ano, mas ainda sem local definido para a sua instalação.

floresta

Este laboratório colaborativo nasce na sequência dos problemas que Portugal tem enfrentado no desenvolvimento e gestão das áreas rurais, agravados pelas alterações climáticas, com graves consequências ao nível dos fogos rurais, como nos casos trágicos de 17 de junho e 15 de outubro de 2017.

O presidente da Estrutura de Missão para o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, Tiago Oliveira, afirmou na altura que, ideologias e experiências não são suficientes, sendo necessário mais conhecimento no combate e na sua supervisão, considerando que é preciso cada vez mais levar o conhecimento para o combate aos fogos e para os atores na supervisão das operações, que devem ser avaliados sobre se integraram ou não «conhecimento na decisão e se a decisão foi ou não suportada em evidências».

Segundo o também investigador, é necessário ter instituições públicas com «capacidade de consumir conhecimento e levar a que o conhecimento chegue até à operação, até ao combate».

De acordo com Tiago Oliveira, este laboratório, que envolve entidades públicas ligadas ao ambiente, floresta e proteção civil, empresas da área florestal e universidades, vai poder dar respostas e conhecimento a todo o setor, desde o combate ao fogo, passando pelos produtores florestais.

A comunidade científica pode apoiar na decisão de políticas públicas, como na «pequena prevenção» ou na viabilidade económica da floresta portuguesa, disse, acrescentando que «o problema dos fogos e da viabilidade da floresta resolve-se por uma aplicação muito persistente do conhecimento, por um desenvolvimento firme da ciência e por uma capacidade de comunicar e de envolver os 'stake holders'».

Durante a sessão, o presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), José Manuel Mendonça, referiu que o laboratório ForestWISE permite uma interligação entre duas agendas, «uma mais privada e outra mais pública e social. "Há uma capacidade de investigação que pode agora ser aplicada à floresta», notou.

José Manuel Mendonça prevê que, num espaço de cinco anos, o laboratório atinja um total de 50 elementos, utilizando espaços existentes e novas infraestruturas, que vão ser criadas na sede do laboratório, cujo local ainda não está definido.

João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, mostrou-se satisfeito por todas estas iniciativas, pois são elas que «vêm valorizar o território e podem voltar a produzir riqueza, como no passado».

Fonte: Rádio Condestável 

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