Produtos agrícolas no topo da subida das exportações para Angola

No primeiro semestre a subida na venda de bens foi de 47% mas níveis ainda estão baixos, numa altura em que as relações entre os dois países entram num novo ciclo.

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Depois de um ciclo de quebras de quase dois anos, as vendas de bens de Portugal para Angola começaram a recuperar no final do ano passado.

No primeiro semestre deste ano, a subida foi de 47% face a idêntico período de 2016, atingindo os 876 milhões de euros.

Por grandes categorias, o destaque vai para os produtos agrícolas, cujo valor quase duplicou para 145 milhões de acordo com os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística.

Em termos de montantes totais, os produtos agrícolas são apenas suplantados pelas máquinas e aparelhos, que subiram 40% para 208 milhões. Já o maior salto foi dado pelo calçado, que disparou 125% para 12 milhões de euros no período em análise.

Com um comportamento negativo continuam os combustíveis minerais, não obstante ser um grande país produtor de petróleo, Angola tem de importar refinados por falta de infraestruturas próprias e os veículos automóveis, fruto da crise que ainda atravessa o país devido à queda do preço do crude iniciada há três anos e que levou a fortes quebras no consumo de bens duradouros.

Mesmo assim, apesar dos sinais de recuperação, as exportações ainda estão em níveis baixos. Em junho, a venda de bens para Angola foi de 147 milhões, abaixo do registado no mesmo mês de 2015, já em pleno movimento de retracção e muito aquém dos 242 milhões de junho de 2014.

A crise sentida neste país africano, que ainda depende quase em exclusivo do petróleo, acabou por travar, e depois inverter, o estreitamento de laços comerciais e de investimentos entre Angola e Portugal.

Com a crise da dívida soberana e a entrada da troika de credores em Lisboa em 2011, Angola foi destino de muitas empresas e trabalhadores portugueses que tiveram de compensar a contracção do mercado doméstico e da União Europeia (UE).

Ao mesmo tempo, assistiu-se a um reforço das vendas de petróleo angolano a Portugal e a um aumento dos investimentos deste país.

Fonte: Público

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