Produtores de fruta belgas e holandeses reivindicam apoios da União Europeia

Durante a conferência Prognosfruit, o sindicato dos agricultores belgas e a Associação dos Produtores de Fruta dos Países Baixos apelaram a políticas diferentes da União Europeia no setor da fruticultura.  

Texto: Sofia Monteiro Cardoso

Realizada em Bilzen, na Bélgica, a conferência anual Prognosfruit foi marcada pelas reivindicações dos produtores de fruta da Bélgica e da Holanda. Ambos defendem que a atual política é contraproducente para o setor da fruticultura e que a União Europeia é uma das principais culpadas dos preços praticados nos últimos anos.

Foi também levantada a preocupação com as alterações climáticas que, nos últimos anos, e devido às suas condições cada vez mais extremas, têm vindo a causar danos e prejuízos financeiros substanciais aos fruticultores. Para evitar maiores consequências das mudanças climáticas, os produtores são obrigados a investir em seguros ou redes protectoras sobre as suas culturas. Contudo, a União Europeia não possui qualquer política de apoio, algo que é agora reivindicado.

Em 2014 os produtores belgas e holandeses foram vítimas de um boicote russo. A proibição foi contra os produtos agrícolas europeus e aconteceu na sequência da anexação da Crimeia pela Rússia. Antes de 2014, 40% das peras belgas e 20% das peras holandesas eram exportadas para a Rússia. Cinco anos depois, ambos os mercados ainda não recuperaram do golpe.

As associações sugerem que dois pontos da política europeia sejam ajustados. Em primeiro lugar, a União Europeia deve rever as suas sanções económicas contra a Rússia, visto que esta regressou ao Conselho Europeu no ano corrente. Este passo pode significar uma reconciliação. Se as relações comerciais com a Rússia não mudarem, a União Europeia deve oferecer apoio aos que foram mais atingidos por este conflito político.

Em segundo lugar, as duas organizações agrícolas querem o fim do apoio financeiro europeu à expansão da capacidade de produção do setor de frutas. Este apoio é, em particular, para os países da Europa Oriental.

Os produtores defendem que existe um investimento demasiado elevado na zona onde, segundo os mesmos, os fundos estão a ser utilizados para expandir ainda mais a produção europeia de frutas, o que promove um excesso de oferta e afeta negativamente os preços.

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