Preço do vinho português exportado sobe para 2,70 euros por litro

Portugal está a exportar menos vinhos, mas a preços mais altos, tendo o valor por litro aumentado 25,8% entre 2012 e 2015, para 2,63 euros, e atingido os 2,70 euros no primeiro trimestre de 2016, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

vinhos

De acordo com os dados relativos ao comércio internacional de Portugal divulgados pelo INE- que destaca os vinhos como «tradicionalmente» um dos principais produtos exportados por Portugal e em que se registam dos maiores excedentes comerciais - em 2015 os vinhos foram o 9.º principal produto vendido para os mercados externos (peso de 1,5%) e atingiram o 4.º maior excedente comercial.

Em 2015, o excedente comercial do setor atingiu 619 milhões de euros, correspondente a um aumento de 18 milhões de euros face ao ano anterior.

Nos últimos anos, refere o INE, as exportações de vinhos «têm vindo a aumentar em termos nominais, tendo registado um acréscimo de 1,7% em 2015 face ao ano anterior e de 26,9% em relação a 2009».

Analisando a evolução do valor das exportações nos últimos três anos, é notório o acréscimo registado no valor unitário do litro vendido, já que as quantidades exportadas diminuíram.

«Enquanto o valor exportado aumentou continuadamente desde 2010, os litros de vinhos vendidos para os mercados externos registaram reduções a partir de 2013, após um período de aumento entre 2010 e 2012», refere o INE.

No primeiro trimestre de 2016, face ao período homólogo, o valor exportado recuou 3,6%, mas como reflexo da diminuição dos litros vendidos (-13,2%), já que o valor unitário praticado aumentou de 2,43 euros no primeiro trimestre de 2015 para 2,70 euros.

O vinho do Porto (DOP ou IGP) destaca-se como o principal produto exportado, representando 42,6% do valor total das exportações de vinhos em 2015 e com um valor unitário que passou de 4,30 euros em 2012 para 4,55 euros em 2013, 4,62 euros em 2014 e 4,70 euros em 2015.

No primeiro trimestre de 2016, o vinho do Porto (DOP ou IGP) representou 41,4% do valor total exportado de vinhos, sendo o seu valor unitário de 4,50 euros (4,35 euros no trimestre homólogo).

Em 2015, os vinhos tintos (não DOP, IGP ou de castas) e o vinho Verde (DOP) foram, respetivamente, o segundo (peso de 10,3%) e o terceiro (peso de 7,4%) principais tipos de vinhos portugueses exportados.

Segundo nota o INE, apesar de os países intra-UE serem os principais destinos das exportações dos vinhos portugueses, o «maior dinamismo registado nas exportações para os países terceiros» levou a que o peso relativo dos parceiros extra-UE tenha aumentado de 32,9% em 2007 para 44,0% em 2014.

Em 2015 este peso diminuiu para 42,7% «refletindo sobretudo a redução das exportações para Angola (-23,7%)», que passou de segundo maior cliente externo entre 2011 e 2014 para terceiro em 2015 (peso de 9,9%, -3,3 pontos percentuais face a 2014).

Analisando os dados do primeiro trimestre de 2016, verifica-se que a redução destas exportações para Angola «foi ainda mais acentuada face ao mesmo período de 2015 (-71,9%)», o que resultou na descida para 11.º principal destino das exportações deste tipo de bens, com um peso de apenas 2,7%.

Em sentido contrário, em 2015 destacaram-se os crescimentos registados nas exportações de vinhos para os EUA (+16,3%), Canadá (+14,6%) e Reino Unido (+6,9%), tendo este país ascendido a segundo maior país de destino dos vinhos portugueses em 2015, com um peso de 10,6%, reassumindo a posição que tinha perdido para Angola a partir de 2011.

A liderança entre os destinos das exportações de vinhos portugueses cabe, contudo, tradicionalmente à França, que em 2015 concentrava 14,9% do valor total exportado.

No primeiro trimestre de 2016, o peso de França no valor total exportado de vinhos foi 17,3%, com um valor de 2,82 euros por litro, o que corresponde a uma «ligeira redução" face aos 2,84 euros do primeiro trimestre de 2015».

Entre os 10 principais mercados de destino dos vinhos portugueses em 2015, os valores unitários mais elevados (cerca de quatro euros por litro) foram registados nas exportações para o Reino Unido, Canadá e EUA, «ou seja, nos mercados que apresentaram maior dinamismo nesse ano».

Em relação às importações, o valor importado é muito inferior ao valor exportado, tendo em 2015 as importações de vinhos totalizado 120 milhões de euros (739 milhões de euros nas exportações), o que corresponde a apenas 0,2% do total das importações de bens.

De acordo com o INE, «em 2015 o valor das importações de vinhos diminuiu 4,4% face ao ano anterior, em resultado da redução de 6,2% registada nas quantidades importadas, dado que o valor unitário aumentou ligeiramente de 0,54 euros em 2014 para 0,55 euros em 2015».

Aqui, Espanha «destaca-se claramente» como o principal fornecedor externo de vinhos a Portugal: em 2015 concentrava 71,6% do valor total das importações deste tipo de bens, seguido da França e da Itália, com pesos de 14,6% e 9,4%, respetivamente.

Se nas importações de vinhos provenientes de Espanha se registaram valores unitários reduzidos (em 2015 cada litro de vinho importado de Espanha atingia 0,41 euros), pelo contrário, nas importações de vinhos provenientes de França, sobretudo Champanhe (DOP), os valores unitários ascenderam a 12,35 euros em 2015.

Fonte: Lusa

Regiões

Notícias por região de Portugal

Tooltip