Portugal aumenta importação de queijo

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes ao mês de janeiro de 2016, as importações de queijo aumentaram 12% nesse mês.

queijo

Em comparação com o período homólogo de 2015, a balança dos produtos lácteos agravou-se substancialmente no mês de janeiro de 2016, fixando-se nos 19,4 milhões de euros.

Muito embora as importações tenham decaído cerca de 3% em valor, a quebra de mais de 21% das exportações veio penalizar decisivamente o deficit comercial do setor lácteo.

Uma análise mais aprofundada às quantidades importadas, responsabiliza essencialmente a categoria queijos, já que as restantes categorias, em quantidade, se mantêm dentro de valores «normais» e há muito identificados pelo setor.

Em janeiro de 2015, foram importadas 3.736 toneladas de queijo.

Em 2016, esse valor subiu para 4.182 toneladas. Isto significa um aumento percentual de 12%, que não é comparável com o respetivo aumento em valor (3%), dado o nível de preços que atualmente se registam no mercado internacional.

Embora seja cedo para tirar conclusões, a este ritmo, não é de excluir a hipótese de Portugal vir a superar as 50 mil toneladas de importação de queijo em 2016.

A média do preço do queijo EDAM em barra, no mercado de Hannover, na Alemanha, foi de €2,167/Kg em janeiro 2015 e de €2,075/kg em fevereiro. Este cenário tende a agravar-se, visto que em março esta mesma média caminha a passos largos para valores abaixo dos €2,0/kg, preços estes, claramente em dumping, que tem vindo a ser silenciado por todas as instâncias comunitárias.

As importações de leite UHT sofreram um ligeiro recuo, em linha com o decréscimo do consumo, mas, mesmo assim, ainda representaram 6.600 toneladas no mês em análise.

As exportações caíram quer no mercado Comunitário (18,3%), quer no mercado Extra Comunitário (26.1%), sendo de realçar a capacidade de resiliência das empresas face às dificuldades do mercado dos PALOP e em especial de Angola, que a indústria conseguiu manter aos níveis de 2015, mesmo tendo em consideração os baixos preços internacionais e os riscos financeiros desses mercados. Neste aspeto, importa referir que, mesmo assim, a categoria Queijos conseguiu um aumento de exportações de mais de 13% (em valor e quantidade) e a categoria Manteiga de cerca de 40% também em valor e quantidade.

Ainda relativamente às exportações, é conveniente salientar os efeitos laterais dos excedentes de matéria-prima no mercado europeu, que tem penalizado bastante o Soro, visto que a insuficiência de capacidade de secagem instalada tem afetado a sua procura e consequentemente o seu preço. O Soro torna-se, pois, também responsável pela queda das exportações, tendo caído cerca de 60% em quantidade e valor. A preços constantes, esta análise seria certamente muito mais negativa para o setor.

Fonte: TecnoAlimentar através do INE/ANIL.

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