'Portugal 2020' representa oportunidade para potenciar queijo da Serra da Estrela
Quem o diz é o presidente da Câmara de Fornos de Algodres, Manuel Fonseca, que considerou este domingo que o programa ‘Portugal 2020’ poderá ser uma oportunidade para ajudar a desenvolver o setor do queijo da Serra da Estrela.
«É uma oportunidade para o setor do queijo e é imperioso que isso aconteça, porque, tendo em conta a camada etária das pessoas que atualmente fazem o queijo, daqui a dez anos, ou há uma renovação ou não há produção», disse o autarca Manuel Fonseca durante a realização de mais uma feira anual do queijo Serra da Estrela.
Segundo o autarca, as verbas do ‘Portugal 2020’ são necessárias para o relançamento do setor queijeiro no seu concelho, que produz anualmente cerca de 60 toneladas de queijo de ovelha certificado e não certificado.
«Será uma oportunidade, mas depende muito do que o Governo pretender fazer, porque parece que o Ministério da Agricultura, neste momento, não está a potenciar os possíveis recursos do Portugal 2020, ou seja, estão a ser criados demasiados entraves burocráticos aos agricultores, fazendo até com que eles desistam», alertou.
Fornos de Algodres tem atualmente um efetivo de seis mil ovelhas, 16 queijarias licenciadas e duas que produzem queijo certificado.
Manuel Fonseca lembra que a burocracia tem levado muitos pastores a desistirem da produção de queijo e a venderem o leite para unidades industriais.
Se a burocracia diminuir e se forem criados apoios para as queijarias, o autarca admite que quem desistiu pode «voltar a fazer queijo» e os jovens podem interessar-se por aquela atividade tradicional.
«O Governo tem é que deixar de ser um mero burocrata e deve ser potenciador da fixação das pessoas e não colocar tantos entraves e tantas burocracias», apontou.
A câmara de Fornos de Algodres tem um Gabinete de Apoio ao Ovinicultor e é o segundo concelho da área demarcada de produção de queijo Serra da Estrela com maior número de queijarias licenciadas, segundo João Gomes, responsável por aquele serviço.
O gabinete, criado há dez anos, dá «apoio total ao licenciamento das queijarias», indicou.
«Fornos de Algodres foi a primeira autarquia a prestar o serviço aos produtores, no que respeita ao autocontrolo baseado nos princípios do Sistema HACCP – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo e a suportar os custos da certificação do queijo», disse João Gomes à Lusa.
Na feira do queijo de Fornos de Algodres, a última realizada este ano na região demarcada, o queijo de ovelha certificado foi vendido a 13 euros o quilo e, o não certificado, a 12 euros.
A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange 18 municípios, como Guarda, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Gouveia, Manteigas, Seia, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Mangualde e Covilhã.
Fonte: Lusa