Plano de investigação prevê melhoria da cortiça e montados em 27 anos

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O Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça preparou um plano de investigação e inovação que visa melhorar a cortiça e obter montados mais produtivos e resistentes ao longo de três ciclos de produção (27 anos).

A Agenda Portuguesa de Investigação e Inovação no Sobreiro e na Cortiça (Agenda 3i9), apresentada em Lisboa, envolveu 81 investigadores e técnicos de 27 entidades e assenta em cinco planos funcionais: melhoramento do sobreiro, melhoria da produtividade, defesa contra pragas e doenças, qualidade da cortiça e ação territorial.

O acrónimo Agenda 3i9 reflete o horizonte temporal da intervenção: o curto prazo, correspondente a um ciclo produtivo de nove anos, e o médio prazo, correspondente a três ciclos produtivos de nove anos.

O documento destaca que esta fileira tem «características únicas para Portugal», mas apresenta também «algumas fragilidades decorrentes da sua concentração geográfica na bacia mediterrânica e da sua reduzida dimensão global».

Com a aprovação da Agenda 3i9, que será reavaliada no final de cada triénio «para redefinição do rumo e estratégia, ficam "definidas as bases para, de acordo com o protocolo de formalização do Centro e o compromisso assumido pelo Estado português, priorizar o acesso aos fundos comunitários».

O setor vinícola é o principal utilizador dos produtos de cortiça, mas a fileira «não se esgota neste segmento, existindo um conjunto de segmentos complementares que aproveitam os subprodutos da indústria da rolha natural e de champanhe, material reciclado e cortiça virgem», realça a A3i9.

Os montados de sobro, que sustentam a fileira da cortiça ocupam uma área de 2,1 milhões de hectares na região mediterrânica, principalmente no sul da Europa, cabendo a Portugal cerca de 737 mil hectares, segundo os dados do inventário florestal de 2006.

A Agenda 3i9 acrescenta que os montados "são ecossistemas estáveis, ricos e complexos" que constituem «uma barreira efetiva contra a desertificação» e «desempenham um papel chave em diversos processos ecológicos como a conservação do solo, a regulação do ciclo da água e o sequestro de carbono».

EUA valem um quinto das exportações de cortiça portuguesa

Os Estados Unidos são o principal mercado de destino da cortiça portuguesa, representando mais de 20% do total exportado, com as vendas a alcançarem os 95,5 milhões de euros no primeiro semestre de 2015.

Segundo dados fornecidos pela FILCORK (Associação Interprofissional da Fileira da Cortiça), entre janeiro e junho, as vendas de cortiça ao estrangeiro totalizaram 473,2 milhões de euros, crescendo 7,8% em valor face ao período homólogo.

No que respeita ao volume exportado, a tendência foi contrária, com um decréscimo de 2,6% entre 2014 e 2015 (de 94,6 milhares de toneladas para 92,1 milhares).

No mesmo período, Portugal importou 31,8 milhares de toneladas de cortiça que custaram 64,7 milhões de euros, correspondendo a uma redução homóloga de 9,2% em volume e a um aumento de 4,2% em valor.

França, que foi em 2014 o principal destino dos produtos de cortiça portugueses, passou para segundo lugar no primeiro semestre deste ano, com 18,9% das exportações, no valor de 89,4 milhões de euros.

As rolhas são o produto de cortiça mais exportado (quase três quartos do total), com 342,1 milhões de euros exportados nos primeiros seis meses de 2015, seguindo-se os materiais de construção com 117,8 milhões de euros.

As exportações de cortiça têm vindo a aumentar desde 2010, tendo em 2014 crescido 1,5% em relação ao ano anterior.

Entre 2011 e 2014 Portugal produziu, em média, 85 mil toneladas de cortiça por ano.

No ano passado, a produção conjunta de Portugal e Espanha atingiu as 105 mil toneladas.

Fonte: Lusa

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