PDR 2020: medidas agroambientais com mais €200 milhões

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O Governo reforçou em 200 milhões de euros a verba do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) destinada às medidas agroambientais, para responder ao elevado número de candidaturas.

«Estamos em condições de anunciar que vamos reforçar o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), que é o programa de fundos comunitários de apoio à agricultura, em 200 milhões de euros, que provêm do Orçamento do Estado, para acomodar todas as candidaturas às medidas agroambientais», passando a um total de 774 milhões de euros, avançou Assunção Cristas, ministra da Agricultura.

Inicialmente estava prevista uma dotação de 574 milhões de euros para esta área, que inclui a ajuda à agricultura biológica, ao modo de produção integrado, ao uso eficiente da água e às culturas tradicionais de sequeiro, como o castanheiro, o olival ou o amendoal.

Mas, estas medidas «tiveram um sucesso tal que vimo-nos a braços com o problema de não termos verba suficiente para acudir a todas as candidaturas, a menos que tivéssemos um reforço do Orçamento do Estado», explicou a ministra da Agricultura e do Mar.

As candidaturas na área do modo de produção biológico e do modo de produção integrado, exemplificou Assunção Cristas, mais do que duplicaram em relação ao ano passado, «o que demonstra o sucesso destas medidas». Assim, o Governo optou por atribuir mais 200 milhões de euros a esta área do PDR, verba que será distribuída por cada ano do período até 2020.

A portaria que rege a aplicação das medidas agroambientais já apontava a possibilidade de ser necessário aplicar critérios de seleção, o que significava apoiar alguns projetos, mas não todos. Porém, esta eventual situação é entendida pela ministra como «um mau caminho», pois as medidas apoiam a agricultura na tarefa de tornar-se mais «amiga do ambiente» ou de incentivar uma atividade que já é ecológica, como a cultura de sequeiro.

«Se tivemos uma boa adesão neste tipo de medidas é positivo, era o que nós queríamos, é a tendência que achamos relevante a estimular na nossa agricultura», mas foi necessário estudar «todas as consequências» para a decisão de reforçar a verba, realçou Assunção Cristas.

Portugal é responsável pelo cofinanciamento de 15% das medidas agroambientais e à União Europeia cabe responder pelos restantes 85%.

«Quando o Orçamento do Estado for preparado para o próximo ano, teremos de ter em consideração que será necessário colocar mais dinheiro da componente nacional», acrescentou a ministra. Estão em causa 69 mil candidaturas e uma área de 1,9 milhões de hectares, uma lista liderada pela medida destinada a apoiar as culturas tradicionais, neste caso a cultura tradicional do olival, com mais de 25 mil projetos apresentadas.

A governante recordou a «inquietude» do setor porque ainda não tinha sido publicado o calendário de pagamento das medidas agroambientais, como já tinha acontecido com outras.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) é uma das organizações que transmitiu preocupação com este tema, devido aos receios de que o elevado número de candidaturas pudesse deixar alguns agricultores de fora.

Fonte: Lusa/Agronegócios

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