O mercado de carne de suíno

O Ministério da Agricultura realizou um ponto da situação do mercado de carne de suíno, quer a nível internacional, quer a nível nacional.

Carne suíno

No mercado mundial, o setor dos suínos tem sido afetado por doenças, principalmente na China (Peste Suína Africana); Vietname (febre aftosa e primeiros casos de Peste Suína Africana); e Japão (Peste Suína Clássica), o que está a favorecer as exportações União Europeia.

Relativamente aos principais stakeholders mundiais, a UE está com preços mais elevados, seguindo-se o Brasil (mercados com menos restrições de exportação para a China) e uma queda abrupta dos preços nos EUA, que recuperou um pouco no último mês. Existe uma boa procura mundial.

A nível da União Europeia, de acordo com os elementos do passado mês de fevereiro, o mercado dos suínos está a atravessar uma boa fase, com tendência em alta, até porque, em anos anteriores, passou por um ciclo muito negativo, onde foi necessário reduzir o efetivo na UE que agora não consegue responder à elevada procura a que se assiste, puxando positivamente pelos preços. A tendência do mercado será agora a de se adaptar à procura e estabilizar os preços gradualmente.

Nos últimos meses, assistiu-se a um aumento considerável na exportação de carne de suíno para a China (↑78,1%), efeito da PSA naquele país. Dados muito positivos no que respeita ao comércio mundial e uma balança comercial francamente positiva quer em volume, quer em valor.

Portugal está a beneficiar da conjuntura favorável, com uma produção estável e preços muito interessantes e acima da média UE. Assistimos a um mercado muito dinâmico, com aumento das exportações e diminuição das importações.

Apesar das grandes subidas registadas no setor dos suínos em Portugal no que a preços diz respeito, a situação dos porcos é diferente da dos leitões. Enquanto nos primeiros o preço é acima da média UE27, no caso dos leitões o preço praticado em Portugal ainda está longe da média UE27.

As exportações contrariaram o comportamento verificado no início do ano e estão agora claramente acima das registadas em 2018, quer em número de cabeças (↑36,7%), quer em volume (↑22,5%) e valor (↑26,9%). Dados muito positivos para a exportação, aos quais acrescem a diminuição das importações ↓5,6% em volume, não acompanhado em valor (↑6,2%), uma vez que Portugal importa maioritariamente da UE, onde os preços aumentaram de uma forma muito significativa, pelo que apesar de importarmos menos quantidade, pagamos mais pelo produto.

A procura de porcos para abate foi animada na maior parte das regiões, tendo aumentado em relação à semana anterior. As cotações mantiveram-se estáveis em todas as regiões.

No que se refere aos leitões para abate, ocorreram descidas significativas ao nível das cotações mín./máx. no Ribatejo e Oeste e na Beira Litoral, sendo a procura muito fraca ou quase inexistente por fecho do canal Horeca, pelo que muitas empresas estão a abater e a congelar.

Contudo, Portugal não é autossuficiente em carne de suíno, sendo o grau de autoaprovisionamento de 75,7% e praticamente a totalidade de carne que importamos é proveniente de Espanha.

Nos leitões, as capacidades de congelação são limitadas e os matadouros não conseguem pagar aos produtores, uma vez que não estão a vender. Existe também uma necessidade de garantir o abastecimento de matérias-primas, mantendo o normal funcionamento dos portos marítimos, e a necessidade de assegurar o transporte de matérias-primas e fatores de produção às fábricas de alimentos compostos, explorações de suínos e matadouros.

Relativamente ao impacto da Covid-19, o documento do Grupo de Acompanhamento e Avaliação das Condições de Abastecimento de Bens nos Setores Agroalimentares e do Retalho, sublinha que o setor estava a atravessar uma boa fase, nomeadamente com o aumento de 78% das exportações para a China. Contudo, uma das ameaças que agora existe está relacionada com a alimentação dos animais, pois o “fecho de unidades de extração de oleaginosas na União Europeia, por falta de procura para biodiesel, resultará na falta de disponibilidades de bagaço de colza e soja, a principal fonte de proteína utilizada pela alimentação animal”.

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