O futuro da nova geração de fruticultores em análise

A Academia 2016 do Centro de Frutologia Compal culminou com uma sessão de atribuição de bolsas de 20.000€ para instalação de explorações frutícolas e com oferta de sistema WiseCrop.

compal

Os projetos vencedores da Academia 2016 do Centro de Frutologia Compal foram conhecidos numa sessão que ficou marcada pela discussão de soluções para as principais necessidades sentidas pela geração de empreendedores agrícolas do futuro, identificadas pelos próprios.

Entre as principais necessidades destacam-se a redução dos custos de produção, as exigências dos mercados e o desafio da inovação.

Ana Pacheco, Carlos Matos e Gil Silva são os empreendedores distinguidos da Academia 2016 do Centro de Frutologia Compal pelos seus projetos inovadores com bolsas de instalação de 20.000€.

Depois de participação naquela que é já uma formação de referência a nível nacional, os três empreendedores viram o seu trabalho e projetos distinguidos pelo júri da Academia, composto pela Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (CONFAGRI), Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA) e Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP).

É na Herdade da Galeana, em Messejana, Aljustrel, uma exploração familiar que partilha com o irmão, que Ana Pacheco vai instalar o seu pomar de romãs, com um total de 7 hectares. O objetivo é estar a produzir e comercializar perto das 60 toneladas deste fruto em 2020. A empreendedora alentejana acredita que a inovação é fundamental, pois permite fazer sempre mais e cada vez melhor.

Carlos Matos, nascido e criado no Porto, escolheu a região do Fundão para instalar um pomar de cerejas, com cerca de 6 hectares, por ser uma zona privilegiada para a produção desta fruta. O seu gosto especial pela agricultura levou o empreendedor, que atualmente é técnico de som, a apostar nesta área. Até 2020, pretende que a sua produção ultrapasse as 35 toneladas.

Farmacêutico de profissão, com 27 anos, Gil Silva decidiu candidatar-se com uma instalação de mirtilos, que se destacou pela elevada sustentabilidade do projeto. É na região de Penedono, em Viseu, que vai instalar o seu pomar com mais de 15 hectares. Até 2020, pretende estar a produzir um total de 12 toneladas de fruta.

A empreendedora de Beja, Ana Pacheco, venceu ainda um sistema WiseCrop, atribuído este ano pela primeira vez. O sistema operativo, que apoia a tomada de decisão do agricultor, permitindo-lhe otimizar o seu tempo e rentabilizar a sua exploração, foi criado por uma das startups nacionais em destaque no Web Summit 2016.

De acordo com José Jordão, Presidente do Centro de Frutologia Compal, «com esta iniciativa temos tido a satisfação de contribuir ativamente para reforçar a geração de futuro da fruticultura em Portugal. Através da transferência de conhecimento crítico ao nível da gestão e da fruticultura, da partilha das melhores práticas agrícolas e da criação de um ambiente propício ao desenvolvimento de novas parcerias e criação de novos projetos, fomentamos a colaboração e a inovação».

Os 12 empreendedores frutícolas que participaram no programa tiveram mais 60 horas de formação, incluindo 42 horas em sessões práticas no terreno.

As bases teóricas que sustentam as melhores práticas agrícolas, alguns exercícios de aplicação dos conhecimentos e exemplos de casos práticos reais foram abordados nas 20 horas de módulos teóricos.

A Academia prosseguiu com a formação prática, que incluiu sessões no terreno com Organizações de Produtores, visitas a explorações agrícolas modelo e uma sessão na fábrica Sumol+Compal, em Almeirim.

A Academia do Centro de Frutologia Compal foi criada em 2012 com o objetivo de estimular a inovação no setor frutícola nacional, levando os empreendedores do sector a ver o pomar e o negócio com os olhos dos gestores agrícolas do futuro. 

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