Consumo mundial de leguminosas, raízes e tubérculos deverá crescer 1,9% por ano até 2028

Os dados foram divulgados esta segunda-feira, 8 de julho. Prevê-se também um novo aumento no consumo global de carne.

leguminosas

Texto: Ana Catarina Monteiro

O documento em causa, citado pela Lusa, designa-se por “Perspetivas Agrícolas para o período 2019-2028″, publicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), e dá conta de que as lentilhas, favas e feijões secos serão, enquanto fontes de proteína, os principais alimentos básicos daqui a uma década.

O consumo mundial de cereais também deverá crescer, mas apenas 1,2% ao ano na próxima década, enquanto o consumo de produtos de origem animal, carnes e lacticínios, deve aumentar 1,7% e o de açúcar e óleos vegetais 1,8%.

Num mundo onde a população mundial vai aumentar e tornar-se mais abastada, a procura de produtos agrícolas será diferente consoante as regiões.

Na Ásia, onde o rendimento per capita deverá crescer drasticamente até 2028, é esperado que o consumo de carne, sobretudo de aves e de porco, aumente 5 quilos (kg) por pessoa por ano, enquanto na China cada um comerá, em média, mais 4 kg de carne por ano.

No sul da Ásia, por outro lado, o crescimento dos rendimentos levará a um aumento da procura de produtos lácteos, açúcar e óleo vegetal, sendo que os lacticínios e as leguminosas continuarão a ser as principais fontes de proteína nessa região.

É no Paquistão que se prevê que o crescimento do consumo de lacticínios passe a ser o mais alto do mundo, com um aumento de 42 kg por pessoa, até 2028.

De acordo com o documento, a maioria dos alimentos básicos será mais barata nos próximos dez anos, já que a produção agrícola aumentará 15%, principalmente nos países em desenvolvimento e emergentes.

Os especialistas explicam no relatório que os preços vão diminuir entre 1 e 2% por ano, algo positivo para milhões de consumidores, mas que pode representar um problema para os agricultores.

O aumento deve-se sobretudo a uma maior intensificação da agricultura e maior rendimento de alguns países, já que não se esperam grandes mudanças no uso da terra.

O aumento da produção servirá para enfrentar o crescimento da procura, marcada por um “boom” populacional na África subsaariana, por um maior rendimento dos consumidores nas economias emergentes e pela maior consciencialização em relação à saúde e ambiente nos países desenvolvidos.

De acordo com as perspetivas agrícolas até 2028, a produção pecuária vai aumentar, acompanhada de uma maior utilização de alimentos de maior eficácia, e da aquacultura, que, daqui a 10 anos, representará 55% da produção de peixe. 

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