Nuno Russo defende que «tecnologia deve fazer a diferença na projeção da agricultura biológica»

O Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, esteve presente na 4ª edição do i-danha Food Lab, em Monsanto, no concelho de Idanhaa-Nova. No discurso de encerramento do Dia da Conferência, o Secretário de Estado salientou que «a sustentabilidade é, hoje, algo imperativo, num contexto marcado pelos efeitos inegáveis das alterações climáticas e pela necessidade de adaptação».

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No que se refere ao setor agrícola, o membro do governo afirmou que «as nossas zonas rurais têm capacidade para acolher projetos que honrem essa missão. Projetos que empregam pessoas, atraem mais empreendedorismo, contribuindo para promover o desenvolvimento e a coesão territorial, contrariando o despovoamento e trazendo rejuvenescimento».

Uma das prioridades passa então pelo reforço da aliança entre a agricultura e a tecnologia e, consequentemente, por garantir uma gestão mais sustentável dos recursos disponíveis, bem como uma melhor resposta às necessidades dos consumidores à procura de uma alimentação mais saudável.

O potencial do setor agrícola

Neste contexto, o Secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Regional, fez referência à agricultura biológica, uma vez que a região de Idanha-a-Nova é considerada Biorregião, a primeira de Portugal (existem quatro no total: Idanha-a-Nova, São Pedro do Sul, Alto Tâmega e Margem Esquerda do Guadiana). 

«Trata-se, indiscutivelmente, de um veículo de procura da sustentabilidade, recorrendo à biodiversidade funcional, às variedades regionais, à proteção de conservação e aos outros serviços dos ecossistemas, contribuindo, por exemplo, para que o país vá reduzindo progressivamente o uso de fertilizantes químicos, substituindo pelo uso de fertilizantes orgânicos», sustentou. Adiantou ainda que há outro aspeto relevante que passa pela “a procura crescente deste tipo de produtos, nomeadamente por mercados internacionais. Um fator que pode ajudar a ancorar outros negócios como, por exemplo, a gastronomia e o turismo em espaço rural, contribuindo para o crescimento económico nacional».

Neste contexto, Nuno Russo apelou ao uso da tecnologia para fazer a diferença: «A tecnologia pode fazer a diferença na projeção da agricultura biológica, da agricultura tradicional e também na afirmação da pequena agricultura, sendo crucial a promoção da conectividade, em espaços de baixa densidade populacional e relacional, e criando condições para a inclusão social. A agricultura de precisão, ou agricultura inteligente, é um dos rostos dessa aliança entre agricultura e tecnologia e já é praticada em solo nacional, trazendo ganhos de natureza ambiental, económica e social».

Uma aposta que considera também fundamental para atrair os mais jovens e os mais empreendedores, bem como para dar resposta aos desafios demográficos e no combate às desigualdades. Pretende-se, assim, trazer «mais fôlego ao desenvolvimento rural e continuar a projetar um país que, com as mãos na terra, quer seguir em frente, alémfronteiras. Um país que, também na agricultura, quer construir uma ponte entre a proximidade de sempre e a existência multiplataforma capaz de contrariar distâncias», avançou o Secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

«É também de salientar a aposta que queremos fazer na bioeconomia circular, reduzindo os desperdícios da produção agrícola e das agroindústrias, criando novas oportunidades de negócio, reduzindo a acumulação de resíduos e respondendo ao desafio imposto pelas alterações climáticas», arrematou Nuno Russo, não deixando de referir que este «é o caminho para uma agricultura mais sustentável, mais inovadora e mais competitiva. Uma agricultura que quer ser parte da solução e da resposta aos desafios estabelecidos por este XXII Governo e para estes quatro anos».

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