Moscatel da Adega de Pegões eleito o melhor do mundo

Enólogo Jaime Quendera aponta o moscatel roxo como «a nova pérola de Setúbal» e um motor do turismo na região. Adega de Pegões exporta para a Polónia 60 mil garrafas do melhor moscatel do mundo.

moscatel

O número é impressionante: 60 mil garrafas do Moscatel Roxo do Setúbal, considerado o melhor do mundo pelo concurso “Best Muscat du Monde 2016”, já foram exportadas para a Polónia este mês.

«É uma quantidade que nem muitas casas vinícolas de Setúbal produzem durante um ano», realçou o enólogo da Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões, Jaime Quendera.

O envio da encomenda para aquele país coincidiu com o anúncio de que o Moscatel Roxo DO Setúbal tinha sido eleito o melhor moscatel do mundo, no concurso francês ao qual concorreram moscatéis de todas as variedades, oriundos de 22 países.

Para a direção da Adega de Pegões, receber o título internacional foi “uma honra” e uma satisfação: «nós não somos uma casa muito antiga na produção de moscatéis, esta é a nossa primeira colheita e por isso é um motivo de orgulho».

Um motivo de orgulho e, também, uma estreia absoluta do moscatel roxo numa premiação deste calibre internacional. Na verdade, o prémio recentemente conquistado pela Adega de Pegões já tinha sido ganho, em 2011, por um outro moscatel, da Venâncio da Costa Lima, de uva branca (moscatel de Alexandria). Desta forma, foi a primeira vez que um moscatel roxo conquistou o troféu de melhor do mundo.

O enólogo da Adega de Pegões ajuda a perceber as razões para que o moscatel roxo esteja na “mó de cima” face a outro tipo de vinhos moscatéis. «O moscatel roxo é feito com uma uva que tem um ciclo muito curto e amadurece muito cedo. Antigamente, como as vindimas eram feitas tarde, quando as pessoas chegavam ao campo, as uvas do moscatel roxo já não existiam, estavam comidas pelos pássaros. Nos últimos 10, 15 anos encetou-se uma recuperação da casta de moscatel roxo e hoje é a nossa pérola».

A uva é apanhada no final de agosto, em estado muito maduro. Depois de passar as fases da fermentação, adição de aguardente vínica para apurar o grau alcoólico desejado e de macerar, é desencubado e prensado, o mosto é limpo e o moscatel vai para barricas. É esta técnica, aplicada por poucas produtoras, que torna igualmente este moscatel um sucesso.

«Todo o moscatel produzido na Adega de Pegões passa em barricas, numa cave quente e isso faz com que a oxidação seja mais rápida», o que contribui para o sabor, explica o enólogo.

A localização das vinhas e o clima são também fatores decisivos para a qualidade da produção vinícola, que torna Setúbal a região do país com as duas empresas vínicas mais premiadas.

Jaime Quendera diz que a localização é «privilegiada: temos calor, estamos perto do mar, o ar tem frescura e os solos ricos em água dão vinhos equilibrados, macios e ao mesmo tempo maduros e frescos. O que o moscatel de Setúbal tem e é maturação: equilíbrio entre doçura e frescura».

Fonte: Setúbal na Rede

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