Moçambique agrava preços de importação de açúcar para proteger indústria nacional

O Governo moçambicano anunciou esta semana que decidiu agravar os preços de referência na importação de açúcar, para travar a concorrência desleal imposta à produção nacional e proteger o setor.

Num comunicado do Ministério da Indústria e Comércio (MIC) refere-se que a importação da tonelada de açúcar castanho passa a custar 806 dólares (742 euros) contra os anteriores 385 dólares (354 euros) e o refinado sobe de 450 dólares (414 euros para 932 dólares (857 euros).

Destacando que os últimos preços de referência na importação de açúcar foram fixados em 2001, o MIC diz que as vendas do açúcar nacional registam, pelo quarto ano consecutivo, quedas assinaláveis de volume devido ao baixo preço do açúcar importado.

«Este ambiente gera e cria incertezas para a materialização dos planos de desenvolvimento, quer para a expansão das áreas de produção de cana-de-açúcar, como no aumento e diversificação da produção», lê-se na nota de imprensa.

Com a medida, adianta o comunicado, pretende-se proteger os 35 mil postos de trabalho atualmente assegurados pela indústria nacional de açúcar e garantir o retorno dos avultados investimentos feitos pelas empresas do setor nos últimos anos.

A concorrência desleal imposta ao açúcar nacional pelas importações também está a pôr em risco a sobrevivência de milhares de pequenos produtores familiares de cana-de-açúcar, observa a nota de imprensa do MIC.

«Esta situação tem um impacto nefasto na indústria e nos agricultores independentes e associações de produtores de cana-de-açúcar comerciais de pequena escala, fornecedores de cana para a indústria. Recordamos que existem em Moçambique 22 associações com mais de 3000 associados e 447 produtores privados, que se dedicam ao cultivo de cana-de-açúcar para fornecimentos as quatro empresas açucareiras», lê-se no comunicado.

Fonte: Lusa 

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