INE prevê mau ano agrícola
O inverno pouco frio, a primavera chuvosa e o calor de julho e agosto determinaram um mau ano agrícola para a generalidade das culturas, antecipando-se perdas de 20% na produção de vinho, 15% nos olivais e 30% nas maçãs.
As previsões agrícolas do INE - Instituto Nacional de Estatística (até ao dia 31 de outubro) indicam que as adversidades climatéricas, concretamente a primavera muito chuvosa foram negativas para a vinha, propiciando o desenvolvimento de doenças como o míldio e implicando uma redução de 20% da produção.
No entanto, embora em menor quantidade, o vinho produzido deverá apresentar boa qualidade tendo em conta que os teores de açúcar foram aumentando ao longo da vinha.
Nos olivais, as previsões apontam para uma diminuição de 15% da produtividade face à campanha passada, apesar das chuvas outonais terem promovido o aumento do calibre das azeitonas.
Para as produções de maçã, pera e kiwi, afetadas pela falta de frio no Inverno e deficientes condições de polinização e vingamento dos frutos, prevêem-se quebras de 30%, 20% e 25%, respetivamente.
A qualidade da maçã é heterogénea, com os frutos da região Oeste a apresentarem um calibre menor do que o habitual, embora com elevada quantidade de açúcar e consistência, enquanto que em Trás-os-Montes existe uma quantidade significativa de fruta sem as características mínimas exigidas para o consumo em fresco.
A diminuição de produção nos amendoais deverá rondar os 25%, tendo em conta as condições climatéricas adversas e o facto de muitos amendoais instalados nas regiões tradicionalmente produtoras estarem bastante decrépitos, enquanto na castanha é esperada uma redução de 5% e frutos com menores calibres.
Os picos de calor em julho e agosto tiveram também impacto no milho, prevendo-se uma produção total de milho para grão próxima das 700 mil toneladas (-15% face a 2015), e no arroz, cuja produção deverá cair 10%.
As elevadas temperaturas condicionaram também o rendimento do tomate para a indústria, estimando-se uma diminuição de 15% da produção.
Apesar disso, o ligeiro aumento da área plantada face a 2015, permitiu produzir mais de 1,5 milhões de toneladas (a segunda maior das últimas três décadas), ainda assim bastante abaixo da campanha anterior (1,832 milhões de toneladas).
Fonte: Lusa